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Bolsonaro diz que OMS não transmite confiança: “Parece um partido político”

O presidente afirmou que o Brasil estuda romper laços com a organização quando acabar a pandemia do novo coronavírus

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Bolsonaro com a mão no rosto
1 de 1 Bolsonaro com a mão no rosto - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ao fim da reunião com ministros no Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (09/06), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) age como um partido político e está “titubeando” em suas orientações sobre a pandemia do coronavírus.

“A OMS é uma organização que está titubeando, parece mais um partido político”, afirmou. O mandatário brasileiro sinalizou ainda que o governo avalia deixar a entidade após o fim da pandemia.

“Nós sabemos que não tem comprovação de nada no Brasil. Até a hidroxicloroquina não tem comprovação. Se desaconselhou estudos e pesquisas e depois se voltou atrás… Não é à toa que o presidente norte-americano [Donald Trump] deixou de lado aí, deixou de contribuir para a OMS. O Brasil, passada aí essa pandemia, vai pensar se sai ou não, porque não transmite mais confiança”, assinalou o chefe do Executivo.

Bolsonaro ainda apontou que as primeiras orientações passadas pela organização podem ter provocado a morte de muita gente, referindo-se aos sintomas e ao momento de procurar uma unidade de saúde. “Muita gente perdeu a vida, não pelo vírus, mas por ter ficado em casa. Muita gente sentiu dor no peito, mas não foi ao hospital”, criticou.

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Bolsonaro deve comparecer em protesto na Avenida Paulista a seu favor
Bolsonaro carrega no colo criança vestida de militar
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“Então, essa entidade não ajuda, no meu entender, não é de agora, com a devida responsabilidade que tinha que ter no trato desta questão”, concluiu o presidente.

Assintomáticos

Ao exemplificar as mudanças de orientações da OMS, Bolsonaro se mostrou animado com a informação de que pessoas assintomáticas têm poucas chances de transmitir o vírus. Isso, no entanto, não é uma posição defendida pela instituição, que ressalta não existir comprovação científica até o momento.

“A OMS, no dia de ontem [segunda-feira], disse que os assintomáticos raramente, ou melhor, chega a próximo de zero a possibilidade de transmissão. Então, isso vai mudar, no meu entender, todas aquelas medidas de governadores e prefeitos”, frisou o mandatário da República.

Ao ser questionado sobre a falta de comprovação a respeito do assunto, o presidente ironizou. “Especialistas? Aqui é o país de especialistas. Tem especialistas até de folha que cai no chão”, disparou. “Especialistas, por incrível que pareça, não acertam uma”, salientou.

Investigação

Durante a reunião ministerial, o titular de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, informou que o Brasil está articulando uma investigação contra a OMS, que, segundo ele, vem atuando de maneira pouco transparente e de forma incoerente nas orientações sobre medidas para conter o avanço do novo coronavírus.

“O Itamaraty, claro que sempre em coordenação com o Ministério da Saúde, acompanha o papel da OMS com muita preocupação: falta de independência da OMS, aparentemente, de transparência e coerência, sobretudo, falta de coerência na orientação sobre aspectos essenciais”, avaliou o ministro, citando aspectos como a origem do vírus, o compartilhamento de amostras, contágio por humanos , modo de prevenção e quarentena. Ele ainda apontou o uso da hidroxicloroquina como um aspecto em que a organização emitiu diretrizes diferentes.

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