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Bolsonaro diz que não vai responder carta da cúpula da CPI: “Caguei”

Mais cedo, comissão protocolou documento no Planalto pedindo para que presidente se manifeste sobre acusações de denúncias

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Presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (8/7) que não irá responder à carta enviada pela CPI da Covid-19, na qual a comissão pede para que o mandatário do país responda às acusações feitas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF).

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo federal disse: “Caguei para a CPI”. E voltou a afirmar que a comissão não está preocupada com a verdade, e “sim em desgastar o governo”.

“Não vou entrar em detalhes sobre essa CPI aí do Renan Calheiros e do Omar Aziz, que dispensa comentários, né? E eu não vou responder nada para esses caras. Não vou responder nada para esse tipo de gente, em hipótese alguma”, disse o presidente.

“Pergunto à CPI: você sabe qual a minha responsa, pessoal? Caguei. Caguei para a CPI. Não vou responder nada”, prosseguiu.

A entrega da carta foi feita pelo secretário da CPI, Leandro Cunha Bueno, na Coordenação de Documentação do Planalto, às 16h01 desta quinta (leia sobre o conteúdo da carta mais abaixo). O documento pede para que Bolsonaro se manifeste sobre as negociações de compra da vacina indiana Covaxin.

Em depoimento à CPI, o parlamentar e o irmão, Luis Ricardo Miranda, que coordena a área de importação de insumos no Ministério da Saúde, afirmaram que se reuniram com Bolsonaro para mostrar irregularidades na negociação da vacina.

O presidente Jair Bolsonaro confirmou o encontro, que ocorreu em 20 de março, no Palácio da Alvorada. A conversa durou 50 minutos. O mandatário do país, no entanto, negou que os irmãos apresentaram alguma denúncia.

Segundo o deputado Luis Miranda, na ocasião, Bolsonaro teria citado o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como possível envolvido no esquema. Barros nega envolvimento.

A carta

O documento entregue ao Planalto é assinado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL).

O documento pede uma manifestação sobre as acusações “em caráter de urgência”, diante das “imputações feitas a uma figura central desta administração”.

“Tomamos essa iniciativa de maneira formal, tendo em vista que no dia de hoje, após 13 (treze) dias, Vossa Excelência não emitiu qualquer manifestação afastando, de forma categórica, pontual e esclarecedora, as graves afirmações atribuídas à Vossa Excelência, que recaem sobre o líder de seu governo”, diz a carta.

A carta diz que caso Bolsonaro desminta as acusações, a CPI se compromete a solicitar esclarecimentos e provas de Luis Miranda.

“Diante do exposto, rogamos a Vossa Excelência que se posicione, de maneira clara, cristalina, republicana e institucional, inspirando-se no Salmo tantas vezes citado em suas declarações em jornadas pelo país: ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará'”, continua o documento.

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