Bolsonaro diz que não vai à posse do presidente do Chile, de esquerda
Evento será em 11 de março. Governo brasileiro, o último a cumprimentar o novo presidente, ainda não definiu quem irá representar o país
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (12/1) que não vai à posse de Gabriel Boric, da coalizão esquerdista Aprovo Dignidade, eleito presidente do Chile em dezembro. O evento de posse está marcado para 11 de março.
O governo ainda não definiu a autoridade que vai prestigiar a solenidade. Em outras ocasiões, o escolhido foi o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB). Mourão representou o Brasil na posse do novo presidente do Peru, o socialista Pedro Castillo, em julho de 2021.
“Eu não sou de criar problemas com a relação internacional. O Brasil vai muito bem com o mundo todo. Você vê, quem é que vai na posse do novo presidente do Chile? Eu não irei. Vê quem vai”, afirmou Bolsonaro em entrevista concedida na manhã desta quarta à Gazeta Brasil.
Bolsonaro demorou quatro dias para cumprimentar Boric pela vitória. O Brasil foi o último país da América do Sul a enviar cumprimentos oficiais.
Boric, com apenas 35 anos, foi eleito como o presidente mais jovem da história do Chile. Em 2011, ele participou de manifestações e fez parte da liderança de movimentos estudantis. O derrotado nas urnas foi o advogado José Antonio Kast, de extrema-direita e filiado ao Partido Republicano.
Kast, tido como “Bolsonaro do Chile” e defensor declarado do ex-ditador Augusto Pinochet, e Boric, apoiado pelo Partido Comunista e por uma coalizão de partidos de esquerda, se enfrentaram no primeiro turno de 21 de novembro.
Desde então, eles tentaram construir pontes em direção ao centro e atentos aos milhares de eleitores que votaram em primeira instância em outros candidatos, como o direitista moderado Sebastián Sichel, o democrata cristão Yasna Provoste ou o economista liberal Franco Parisi, entre outros.