Bolsonaro diz que não tem “nada a ver” com Mourão
Em janeiro, levantamento do Metrópoles apontou que os dois se reuniram reservadamente, em 2020, apenas três vezes
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, na manhã desta sexta-feira (25/6), que não tem nada a ver com o seu vice, Hamilton Mourão (PRTB). O chefe do Executivo está em agenda em Sorocaba, São Paulo.
Depois de ser questionado se continuaria a deixar Mourão “na geladeira”, Bolsonaro, de forma truculenta, respondeu: “Eu não tenho nada a ver com Mourão. Mourão tem a vida política dele, eu tenho a minha”.
Apesar de ter escolhido o general para compor a chapa eleitoral, em 2018, o presidente já fez diversas afirmações sobre o comportamento de Mourão. No começo de 2021, sem citar nomes, até o chamou de “palpiteiro”, depois de o militar ter falado com a imprensa sobre uma possível demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Apesar da relação visivelmente estremecida entre os dois, Mourão ainda escolhe se manter isolado, mas diz ter certeza que não será mais o escolhido de Bolsonaro para as eleições de 2022. No dia 15 de junho, depois de ser excluído de mais uma reunião da cúpula do governo, o general disse que sentia falta de se reunir com o presidente.
Em janeiro, levantamento do Metrópoles apontou que os dois se reuniram reservadamente, em 2020, apenas três vezes. Na comparação com 2019, o número de encontros registrados na agenda oficial reduziu pela metade: foram 30 reuniões no total no primeiro ano de governo (ante 15 no segundo) e oito audiências reservadas entre presidente e vice (ante três em 2020).
O presidente foi a Sorocaba para a inaugurar o Centro de Excelência em Tecnologia 4.0 e para a cerimônia de Apresentação da Tecnologia 5G para o Agro. Depois de São Paulo, o chefe do Executivo nacional segue para Chapecó, Santa Catarina.
Acompanham o presidente na agenda em São Paulo os ministros Fábio Faria (Comunicações), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Tereza Cristina (Agricultura), além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do prefeito local, Rodrigo Manga (Republicanos).