Bolsonaro diz que não pensou em intervenção no STF: “Sei bem meu lugar”
“Não pode dar um cavalo de pau num transatlântico. Eu sabia das consequências”, disse o presidente em entrevista à Jovem Pan
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, na noite desta segunda-feira (27/9), que não pensou em anunciar uma “intervenção” no Supremo Tribunal Federal (STF) durante as manifestações pró-governo do dia 7 de setembro. Questionado por jornalistas do programa “Direto ao P0nto”, da Jovem Pan, sobre essa possibilidade, ele contemporizou: “Eu sei bem o meu lugar. Sei da importância do Brasil continuar numa normalidade. Sei disso”.
Os jornalistas afirmaram que, no dia 7/9, a “impressão” que a manifestação passava era de que o presidente, caso sugerisse uma intervenção no Supremo, “seria carregado nos braços do povo, ovacionado”.
O presidente descartou a hipótese. “Não pode dar um cavalo de pau num transatlântico. Eu sabia das consequências. É muito bacana sair carregado nos braços, sair carregado pelo povo. E no dia seguinte? Como fica o Brasil perante o mundo? Como o dólar se comportaria no dia seguinte?”, destacou.
Bolsonaro afirmou que as manifestações surtiram efeitos e um deles foi o fato de o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, ter colocado as Forças Armadas na comissão que acompanha a preparação das eleições 2022.
O chefe do Executivo federal disse que, após o presidente do STF, Luiz Fux, afirmar, em discurso, que ignorar as decisões da Corte seria crime de responsabilidade, preferiu não reagir no mesmo dia.
Com o ministro Alexandre de Moraes, que comanda os inquéritos que apuram atos antidemocráticos, Bolsonaro garantiu que já conversou várias vezes, embora tenha se negado a revelar o teor dos diálogos.