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Bolsonaro diz que não ofendeu “ninguém” e pede que STF reveja nomeação à PF

Em live, presidente voltou a falar sobre decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que suspendeu nomeação de Ramagem para a PF

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1 de 1 bolsonaro_live_30_04 - Foto: Reprodução/Facebook

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou, no início da noite desta quinta-feira (30/04), que tenha ofendido pessoalmente alguém e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para rever a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

“Fiz um desabafo hoje de manhã. Não ofendi pessoalmente ninguém e nem instituições. Tenho plena convicção disso. Apenas me coloquei no lugar do delegado da polícia federal Ramagem que numa liminar monocrática do Supremo Tribunal Federal ele foi impedido de tomar posse”, disse Bolsonaro durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

A fala do presidente fez referência às declarações feitas por ele na manhã desta quinta, no Palácio da Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro disse que “não engoliu” a decisão de Moraes, avaliou que se tratou de uma decisão “política” e ainda afirmou que a nomeação de Moraes pelo ex-presidente Michel Temer para o Supremo também foi “por amizade”.

Ainda na transmissão ao vivo, o chefe do Executivo pediu para que o STF reveja a decisão que proibiu que o delegado tomasse posse para comandar a Polícia Federal.

“A gente espera que após meu desabafo, que veio do coração, o ministro Alexandre e demais, pensando no Ramagem, possa rever essa decisão”, pediu Bolsonaro.

O presidente ainda disse que deseja Ramagem no comando da PF “por tudo que ele já fez pela pátria no combate à corrupção, no combate à criminalidade”.

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Bolsonaro quando sofreu o atentado, em 2018
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Nomeação suspensa
A nomeação de Ramagem foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na madrugada de terça-feira (28/04). Na quarta, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a nomeação fosse suspensa.

Horas depois, Bolsonaro tornou sem efeito a nomeação do delegado à PF, além de também cancelar a exoneração de Ramagem como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) – ou seja, ele retornou ao cargo de chefe da Abin. Na ocasião, a AGU havia divulgado nota oficial informando que não recorreria da decisão de Moraes.

Uma das argumentações que sustentam a decisão de Moraes é a declaração do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que o mandatário do país pretendia “colher informações de investigações em andamento” na PF.

O ministro do STF destacou que, em tese, pode ter ocorrido desvio de finalidade na escolha de Ramagem, o que aponta para a “inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”.

Durante cerimônia de posse dos novos ministros da Justiça e Segurança Pública e da AGU, Bolsonaro afirmou que “brevemente” concretizará o “sonho” de empossar o delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal.

Ao chegar no Alvorada, no fim da tarde de quarta, Bolsonaro garantiu que o governo vai recorrer e que ele voltará a nomear o delegado para chefiar a PF.

“Eu quero o Ramagem lá [na PF]. É uma ingerência, né? Quem manda sou eu. Vamos fazer tudo para o Ramagem. Se não for, vai chegar a hora dele, e vamos colocar outra pessoa”, declarou Bolsonaro.

Escolha de Ramagem
O delegado Alexandre Ramagem havia sido escolhido para substituir Maurício Valeixo no cargo de diretor-geral da PF – este último indicado pelo ex-ministro Sergio Moro. A troca, segundo Bolsonaro, foi feita porque o presidente queria ter alguém da confiança dele no comando da PF.

A mudança à frente da instituição fez com que Moro pedisse demissão do Ministério da Justiça na última semana. No discurso de despedida, o ex-ministro afirmou que Bolsonaro estava interferindo politicamente na PF. O presidente nega.

Após as acusações feitas pelo ex-ministro, o STF autorizou a abertura de um inquérito para investigar os fatos narrados e as declarações feitas por Moro. O relator do caso é o ministro Celso de Mello, que atendeu pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.

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