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Bolsonaro diz que não fez trato para vetar juiz de garantias

“O que não pôde é fazer aquele joguinho do fogo amigo para entregar para a esquerdalha, como a Argentina fez”, disse o presidente, em live

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1 de 1 Bolsonaro-live5 - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em uma transmissão ao vivo nesta quinta-feira (26/12/2019), reclamou das críticas que recebeu por sancionar o dispositivo que cria a figura do juiz de garantias no pacote anticrime. Ele disse que quem foi às suas redes sociais para criticá-lo se utilizando das investigações envolvendo sua família – especificamente o filho Flávio Bolsonaro -, “pode sair da minha página”.

“Aí, pessoal, bateram demais em mim, hein. Juiz de garantias. Vamos ter uma conversinha aqui. Aqueles que fizeram críticas construtivas, tudo bem. Os que foram para a questão pessoal, familiar, lamento, mas sai da minha página aí. Críticas, a gente aceita sem problema nenhum”, ressaltou.

Bolsonaro assegurou que não fez qualquer espécie de trato para vetar esse ponto do pacote anticrime. “É um absurdo eu falar: ‘vocês aprovam aí, que eu veto. Isso é um contrassenso’. Só uma pessoa sem caráter para pensar uma coisa dessa. O que me surpreende é um batalhão de internautas constitucionalistas, juristas, para debater o assunto. Muita gente falando abobrinha”, ressaltou o presidente.

Ao falar sobre as críticas que recebeu de seus próprios admiradores, em relação a esse trecho do pacote anticrime, Bolsonaro disse ainda que não é “escravo”, embora tenha preocupação com o voto.

Escravo
“Se entrar em vigor, eu não sei se vai entrar, se te prejudicar, não vota mais em mim. Afinal de contas, se eu fizer 99 coisas a favor de vocês e uma contra, vocês querem mudar. Paciência. É um direito de vocês, eu sempre agi assim”, reagiu.

“Lógico que estou preocupado com o voto do eleitor, em fazer bem para o próximo, em agradar, mas eu não posso ser escravo de todo mundo, muita gente defende o juiz de garantias”, disse o presidente.

Moro
O presidente contrariou as recomendações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e não vetou o dispositivo do pacote anticrime que impede o juiz de proferir sentença em casos cuja investigação foi conduzida, criando a figura do juiz de garantias.

Fogo amigo
Ao falar sobre sua relação com Moro, Bolsonaro disse ainda que não se deve alimentar o “fogo amigo”. “Discordei dele, como já discordei de outros ministros também. Meu nível de concordância com os ministros é em torno de 95%”, disse o presidente.

“O que não pôde é fazer aquele joguinho do fogo amigo para entregar para a esquerdalha, como a Argentina fez”, emendou.

Ao falar sobre uma possível candidatura de Moro à sucessão presidencial, o presidente procurou demonstrar que isso não é problema para ele. “Ele (Moro) tem um potencial enorme. Ele é adorado no Brasil. Se Moro vier, que seja feliz, não tem problema, vai estar em boas mãos o Brasil”.

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