Bolsonaro diz que “jamais” vai exigir passaporte da vacina
Presidente afirmou ainda que governadores estão com autoridade para exigir o comprovante de imunização em seus estados
atualizado
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Em conversa com apoiadores na manhã desta quarta-feira (8/12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que “jamais” vai exigir comprovante de imunização contra a Covid-19, apelidado de passaporte da vacina.
No cercadinho do Palácio da Alvorada, uma apoiadora reclamou de exigência de atestado de vacinação imposta pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Segundo decreto estadual, o documento deverá ser apresentado para entrar em bares, restaurantes, cinemas, teatros, equipamentos turísticos, igrejas e outros locais. Há possibilidade de multa para quem descumprir a norma. O mandatário emedebista defendeu que a medida é uma forma de incentivo à imunização.
Sobre a determinação, Bolsonaro considerou que os governadores foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a adotar medidas como essa. No início da pandemia, a Corte reconheceu a autonomia dos Executivos estaduais e municipais para estabelecer medidas que contenham a disseminação do vírus.
“O Supremo deu poderes para governadores e prefeitos, né? Eu falo da minha linha: eu não fechei nenhum botequim. E jamais vou exigir o passaporte de vacina de vocês. Imaginem se tivesse o Haddad no meu lugar. Agora, não queiram que a gente resolva todos esses problemas. Eles tão com autoridade para tal, tá certo?”, disse o titular do Planalto.
A conversa com o grupo de simpatizantes foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
Na terça-feira (7/12), Bolsonaro, que é crítico assíduo da exigência de comprovação da vacinação, comparou a medida a uma “coleira”.
Apto a se vacinar, o mandatário do país alega que não irá fazê-lo, sob o argumento de que o fato de já ter sido infectado pelo vírus, no ano passado, contribui para a sua imunização. Especialistas refutam o entendimento do presidente.
Quarentena de cinco dias
O governo federal anunciou, na terça-feira (7/12), que exigirá quarentena de cinco dias de estrangeiros que não apresentarem o comprovante de vacinação contra Covid-19 ao desembarcar no Brasil.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia recomendado a exigência do comprovante de vacinação contra o coronavírus para estrangeiros após o surgimento da nova variante, Ômicron.
Em vez disso, o governo preferiu adotar a quarentena de cinco dias e o teste RT-PCR negativo antes de liberar estrangeiros não vacinados para circular no país.
O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto. Participaram os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o advogado-geral da União, Bruno Bianco.
Ao discursar, Queiroga defendeu que “não se pode discriminar pessoas entre vacinadas e não vacinadas e, a partir daí, impor restrições”. O ministro ainda repetiu o presidente Jair Bolsonaro e disse que “é melhor perder a vida que a liberdade”.