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Bolsonaro diz que “hacker do bem” vai mostrar provas de fraude em 2014

Presidente afirmou que haverá apresentação à imprensa com fotografia minuto a minuto. Mandatário alega que Aécio teria vencido as eleições

atualizado

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1 de 1 bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta terça-feira (20/7) que vai apresentar na próxima semana provas de fraude nas eleições de 2014, nas quais, segundo alega, o candidato Aécio Neves (PSDB) teria vencido a então presidente Dilma Rousseff (PT).

Em entrevista à rádio Itatiaia, o mandatário do país afirmou que um “hacker do bem” fará apresentação à imprensa no Palácio do Planalto com fotografia minuto a minuto.

“Eu só consegui ser eleito porque tive muito voto, se fosse uma votação normal, bigode a bigode, como diz na gíria, a gente teria perdido as eleições. Eu vou comprovar que Aécio Neves ganhou as eleições de 2014”, disse o chefe do Executivo nacional.

Questionado como fará a comprovação, Bolsonaro afirmou: “Com um ‘hacker do bem’, um pessoal que entende de informática e mostrando”.

“Eu vou demonstrar que a fotografia minuto a minuto dos votos chegando ao TSE no segundo turno de 2014 dava Aécio, Dilma, Aécio, Dilma, Aécio, Dilma, Aécio, Dilma, Aécio, Dilma, até o fim. Sempre com a Dilma com um montante um pouco maior que Aécio, em todas as vezes. Isso é impossível de acontecer.”

Segundo o mandatário, as supostas provas serão encaminhadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para verificação do corregedor da corte.

O próprio PSDB já afastou suspeitas de fraude no pleito daquele ano, mas o presidente da República tem insistido na tese como forma de reforçar a defesa do voto impresso.

PEC do voto impresso

A proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre o assunto encontra resistência na Câmara. Na semana passada, para evitar derrota, a base do governo na Câmara conseguiu adiar a votação do parecer do relator da proposição, deputado Filipe Barros (PSL-SP).

O presidente da comissão especial que debate a proposta, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), convocou nova reunião para 5 de agosto, ou seja, após o recesso parlamentar.

Numa manobra regimental, Martins argumentou que Barros solicitou mais tempo para fazer modificações no texto, a pedido de outros deputados da comissão.

Se aprovada na comissão, a proposta segue para votação no plenário da Câmara. A PEC é de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) e teve a constitucionalidade aprovada, em dezembro de 2019, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Por se tratar de uma PEC, o texto precisa do aval de 308 deputados, em dois turnos de votação. Se aprovado, vai para análise dos senadores.

A proposta prevê a inclusão de um artigo na Constituição Federal para que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.

Na noite de segunda-feira (19/7), Bolsonaro admitiu pela primeira vez que não acredita mais que a PEC do voto impresso será aprovada.

“Eu não acredito mais que passe na Câmara o voto impresso, tá? A gente faz o possível. Vamos ver como é que fica aí”, disse o presidente durante conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada. A declaração foi transmitida por um canal simpatizante ao governo.

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