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Bolsonaro diz que empresários alvos da PF estarão com ele no 7/9

Grupo que foi alvo de operação de busca e apreensão pela PF acabou sendo convidado para desfilar com o presidente da República

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Ato 7 de Setembro com Jair Bolsonaro na Avenida Paulista em SP
1 de 1 Ato 7 de Setembro com Jair Bolsonaro na Avenida Paulista em SP - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta terça-feira (6/9), ter convidado para o desfile de 7 de Setembro os oito empresários que foram alvo de uma operação de busca e apreensão em 23 de agosto, após defenderem abertamente um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito em outubro.

Os empresários, integrantes do grupo de WhatsApp Empresários & Política, compartilharam diversas mensagens com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O caso foi revelado pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.

“Eu convidei os oito empresários para estarem comigo amanhã, no 7 de Setembro [em Brasília]. Se não for possível, que vão ao Rio de Janeiro. Convidei. São pessoas honradas. Duas têm contato comigo. E outra coisa, ninguém sabe o que está no processo, processo de fake news, atos antidemocráticos. Ninguém sabe”, disse Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan.

Os oito empresários são: Afrânio Barreira Filho, dono do grupo Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; Luciano Hang, do grupo Havan; André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, da Mormaii; Meyer Nigri, da Tecnisa; e José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro.

Hang já confirmou presença no desfile, que ocorrerá na manhã desta quarta, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).

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O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan.
Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregular
Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidos
Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019
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O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan.

Orlando Brito
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Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregular

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Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidos

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Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019

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O empresário bolsonarista se intitulava como patriota, dizia que o governo estava 100% no caminho certo e que assinava embaixo de todas as decisões do presidente

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Com a saída de Sérgio Moro do governo, Luciano afirmou estar decepcionado e disse que não tinha político e nem partido de estimação

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Em 2020, a ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa afirmou que Jair Bolsonaro efetuou uma série de interferências no órgão – incluindo a demissão dela – para atender interesses de Hang

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Após declaração do presidente, Luciano negou que teria pedido para o Bolsonaro interferir no Iphan por conta dele. Poucos meses depois, o dono da Havan também afirmou que não era bolsonarista, "como dizem"

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Hang era suspeito de financiar uma milícia digital que estaria a serviço de Bolsonaro desde a campanha de 2018. O empresário também teve a conta no Twitter bloqueada em 2020, após inquérito que investigava a disseminação de fake news e ameaças contra ministros da corte

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No final de 2020, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu quebra de sigilo bancário e fiscal de Luciano Hang por disparo em massa de mensagens no WhatsApp para favorecer a campanha do então candidato Jair Bolsonaro em 2018

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Em setembro de 2021, Luciano Hang prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPI) sob a suspeita de integrar o chamado gabinete paralelo formado por médicos e empresários que teriam aconselhado Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19

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O dono da Havan, Luciano Hang, afirmou que cogita se candidatar nas eleições de 2022 para concorrer ao Senado Federal. O empresário também disse que o rótulo de aliado do Bolsonaro é usado de forma pejorativa e que não apoia tudo o que o presidente faz

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Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) cumpriu, no fim de agosto, mandados nas residências dos suspeitos, em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Além dos mandados de busca, Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias e das redes sociais dos investigados e pediu a quebra de sigilo financeiro.

Nesta terça, Bolsonaro acusou a ação contra os empresários de “covardia” e relacionou a ação a investigações que atingem seus familiares: “Covardia o que fizeram com os oito empresários, por uma notinha do jornal Metrópoles, com emojis, ali. Pô, se bloqueia a conta, faz busca e apreensão na casa de oito empresários, é quase como fazer uma covardia com os meus familiares no Vale do Ribeira”.

7 de Setembro

O desfile cívico-militar de 7 de Setembro será retomado em 2022, justamente quando o Brasil celebra o Bicentenário da Independência, após um hiato de dois anos imposto pela pandemia de Covid-19.

As forças de segurança esperam grande público, principalmente formado por simpatizantes do presidente da República e candidato à reeleição.

Na tarde de quarta-feira, Bolsonaro é esperado em Copacabana, no Rio de Janeiro, para manifestações políticas. Enquanto no desfile na capital federal não está previsto discurso do mandatário, no Rio, berço eleitoral do presidente, ele deverá falar com os apoiadores.

Força política

O chefe do Palácio do Planalto tem aproveitado a ocasião para demonstrar força política. Nas últimas semanas, Bolsonaro voltou a convocar apoiadores a participarem dos atos previstos para a data.

Na convenção do PL que confirmou seu nome como candidato à reeleição, no fim de julho, Bolsonaro afirmou que “surdos de capa preta” têm que entender o que é a voz do povo. A declaração faz referência a ministros do Supremo TSE, com quem Bolsonaro tem rivalizado.

Em resposta, a militância organiza caravanas para Brasília no feriado da Independência, no intuito de unir o ato em apoio ao presidente com o tradicional desfile.

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