Bolsonaro diz que ele e irmãos ainda estão decidindo se mãe se vacinará
Dona Olinda Bolsonaro, de 93 anos, faz parte do chamado grupo de risco da Covid-19, que pode desenvolver formas mais graves da doença
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (15/1) que tem conversado com seus irmãos sobre a possibilidade de vacinação da mãe, Olinda Bolsonaro, contra a Covid-19.
Dona Olinda tem 93 anos e faz parte do grupo considerado de risco da doença. Pessoas do grupo de risco podem desenvolver formas mais graves do novo coronavírus caso sejam infectadas.
“Até um irmão meu entrou em contato essa semana [e perguntou]: ‘Ô, Jair, a nossa mãe, tá com 93 anos de idade, mora aqui no Vale do Ribeira [SP], vai tomar vacina ou não?’ Somos meia dúzia de irmãos e estamos decidindo o que vai acontecer com a minha mãe”, disse o presidente, durante entrevista à rádio Jovem Pan.
Nos últimos meses, Bolsonaro vem afirmando que, caso sua mãe contraia o vírus, ela será medicada com medicamentos que o presidente defende, mas que não têm comprovação científica.
Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a dizer que só tomará uma vacina caso o imunizante seja aprovado de forma definitiva pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso embora ele já tenha dito que não tomará a vacina contra a Covid-19, pois já foi infectado pela doença em junho do ano passado.
Em 17 de dezembro, ele chamou de “idiota” quem o vê como mau exemplo por não se imunizar. “Alguns falam que eu tô dando um péssimo exemplo. Ou é imbecil [apoiadores aplaudem] ou idiota quem tá dizendo que eu dou péssimo exemplo. Eu já tive o vírus. Eu já tenho anticorpos. Pra que tomar vacina de novo?”, disse o presidente.
Há inúmeros casos de reinfecção comprovados no mundo, inclusive no Brasil, indicando que quem foi contaminado não está imunizado permanentemente.
Cartão de vacinação sob sigilo
Na semana passada, o Palácio do Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação de Bolsonaro e a informações sobre as vacinas que ele recebeu ou eventualmente receberá.
A coluna do jornalista Guilherme Amado, da revista Época, fez o pedido por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), ao que a Presidência respondeu que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente e impôs sigilo ao material.
Na última terça, a Justiça Federal deu um prazo de 72 horas para que a União justifique o sigilo. A decisão é da juíza federal Adverci Rates Mendes de Abreu e parte de pedido feito pela presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Gleisi Hoffmann.
Na justificativa, a magistrada afirma que a tutela de urgência só pode ser concedida liminarmente ou após a justificação prévia. Diante disso, defende adotar “cautela em se ouvir previamente o lado demandado”. A decisão foi publicada às 18h30 da última segunda-feira (11/1).