Bolsonaro diz que “discretamente” tentou ajudar Macri a se reeleger
Ex-presidente da Argentina foi derrotado pelo peronista Alberto Fernández, que comanda o país vizinho em meio a uma inflação galopante
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quinta-feira (4/8), que “discretamente” tentou ajudar o ex-presidente da Argentina Maurício Macri a se reeleger, mas não teve sucesso. Macri foi derrotado nas eleições argentinas de outubro de 2019 pelo peronista Alberto Fernández. Representando a centro-esquerda, Fernández tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner.
Desde a vitória, Fernández e Bolsonaro caminham em lados opostos. A rivalidade fez com que o presidente brasileiro se recusasse a ir à posse do mandatário argentino, em dezembro de 2019.
“Se olharmos para a nossa Argentina aqui ao sul, 40% da população está na linha da pobreza. Estava até há pouco tempo com desabastecimento de diesel. Ontem trocou toda a equipe econômica da Argentina. E trocar a equipe econômica não quer dizer que vai solucionar os problemas, está buscando solução”, disse Bolsonaro em reunião com pastores evangélicos, em São Paulo.
“Estive duas vezes na Argentina discretamente ajudando o Macri a se reeleger. Não tiveram sucesso. E a escolha do povo argentino, que lá vota no papel, então ninguém pode culpar de nada, o voto é no papel… As consequências estão sendo terríveis para o povo argentino. E para nós não é bom a Argentina estar mal das pernas”, continuou Bolsonaro, que concluiu: “Está sobrando no mundo o Brasil, um dos poucos países onde pode ainda se falar em democracia e liberdade”.
O presidente da Câmara dos Deputados argentino, Sergio Massa, anunciou, na última terça-feira (2/8), a sua renúncia ao cargo. Massa vai comandar o “superministério” da Economia do governo de Alberto Fernández.
Bolsonaro é crítico à gestão do país vizinho, em especial no que diz respeito às questões econômicas. Em meados de 2021, o mandatário brasileiro chegou a dizer que a economia argentina estava “ladeira abaixo”.
A Argentina vive um crescimento da inflação, que nos últimos 12 meses atingiu 64%. Há previsões que o índice atinja os três dígitos ainda em 2022.
A última ministra da Economia deixou o cargo após 24 dias. Silvina Batakis entregou o seu cargo ao presidente da Argentina após especulações sobre a sua substituição.