Bolsonaro diz que demite quem falar de expropriação de terras no governo
Presidente comentava com apoiadores sobre PEC para expropriar terras e limitar repasses a municípios que desmatam
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou da veiculação de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, que trazia a intenção do governo de encaminhar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para expropriar terras de quem comete crimes ambientais e reduzir verba de municípios que desmatam.
A reclamação ocorreu durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, nesta quinta-feira (12/11).
O chefe do Executivou disse que “alguém deslumbrado de dentro do governo” deve estar tentando plantar notícias na imprensa para desgastá-lo com o agronegócio. Ele negou a PEC e disse se tratar de “mentira”.
“Mais uma mentira. Ou alguém deslumbrado do governo resolveu plantar essa notícia. A propriedade privada é sagrada, não existe nenhuma hipótese nesse sentido. E se alguém levantar isso daí, eu simplesmente demito do governo, a não ser que essa pessoa seja indemissível”, afirmou, fazendo questão de ressaltar a única pessoa que não pode ser demitida por ele: o vice-presidente da República, Hamilton Mourão.
O general preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal e é o responsável por ações de combate a queimadas e desmatamento na floresta tropical. Mourão já chegou a fazer uma autocrítica e disse que o combate ao desmatamento no bioma “começou tarde”.
“Coisa de comunista”
Ao comentar que não tomaria terras de quem comete crime ambiental, Bolsonaro classificou como “sagrado” o direito à propriedade.
“Pode ver: para tentar me desgastar perante o produtor rural, inventam matéria, não é? Que eu iria enviar uma proposta para expropriar terras para quem cometesse algum ilícito ambiental. Isso não existe”, garantiu o presidente.
Bolsonaro diz que tem que conviver “com a imprensa o tempo todo agindo dessa maneira” ou alguém “deslumbrado de dentro do governo”. “Não existe isso: expropriação de terras é coisa de país socialista e comunista. No meu governo, não”, reforçou.