Bolsonaro diz que decretos de lockdown têm superado estado de sítio
Após Lira, Pacheco e Queiroga pregarem medidas de isolamento e distanciamento social, presidente apelou contra decisão de governadores
atualizado
Compartilhar notícia
Ao anunciar a liberação do pagamento da nova rodada do auxílio emergencial, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a pregar contra o lockdown, sob alegação de que alguns decretos adotados por governadores e prefeitos têm se excedido e ido além do estado de sítio.
Segundo o mandatário da República, o governo não tem condições de manter benefícios emergenciais por muito tempo para sustentar população desassistida.
“Algumas medidas, alguns decretos têm se superado em muito o que seria até mesmo o estado de sítio no Brasil”, afirmou. “Essa política desses isolamentos, dessas medidas restritivas, com toque de recolher, com supressão do direito de ir e vir, extrapolam e muito até mesmo um estado de sítio. Eu apelo a todas autoridades do Brasil que revejam essa política e permitam que o povo vá trabalhar.”
A fala do titular do Palácio do Planalto ocorreu logo após coletiva com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM -MG), e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em que os três defenderam o isolamento durante o feriado de Páscoa.
“Agradecer a citação do Pacheco em relação ao feriado. No feriado, pode haver aglomerações desnecessárias. É importante usar máscara, manter o isolamento. É importante fazer isso. Medidas extremas não são desejadas. Então, vamos fazer isso”, disse Queiroga.
“Não é ficando em casa que nós vamos solucionar esse problema. Essa política ainda está sendo adotada, mas o espírito dela era se preparar com leitos de UTI, respiradores para que pessoas não viessem a perder suas vidas por falta de atendimento. O governo federal dispensou bilhões de reais para a saúde”, disse o presidente da República.
E prosseguiu: “É público, é notório que a arrecadação de estados e municípios, somada a ajuda do governo, foi superavitária. O governo sabe que não pode continuar por muito tempo com esses auxílios, que custam muito para toda a população e podem desequilibrar a nossa economia”. O mandatário afirmou ainda que o Brasil está “em posição bastante privilegiada” em termos de vacinação contra a Covid-19.