Bolsonaro diz que decidirá futuro eleitoral apenas em março
Filiação do presidente ao Partido Liberal estava marcada para esta segunda-feira, mas alianças estaduais travaram negociações com a sigla
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (22/11) que deve decidir apenas em março sobre seu futuro político nas eleições do próximo ano.
O chefe do Executivo foi questionado por um apoiador, no Palácio da Alvorada, como serão as eleições de 2022. Nem simpatizante, nem Bolsonaro falaram em filiação partidária, mas o presidente respondeu: “Eu vou decidir em março”.
O presidente está sem partido há dois anos, desde que deixou o PSL, em 2019. No início deste mês, ele havia batido o martelo e decidido que iria se filiar ao Partido Liberal (PL), de Valdemar Costa Neto.
A cerimônia que formalizaria a filiação estava marcada para 22 de novembro, mas foi cancelada. O motivo foi o incômodo do presidente da República com possíveis alianças estaduais do PL em 2022. Entre elas, em São Paulo, onde a sigla planejava estar ao lado de Rodrigo Garcia (PSDB), candidato de João Doria ao governo.
Na semana passada, dirigentes do PL se reuniram e deram “carta branca” a Valdemar Costa Neto para facilitar a filiação de Bolsonaro.
De acordo com o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, eles confiam que um consenso será atingido de forma rápida e que ocorrerão conversas diárias entre o chefe da sigla e o presidente até a filiação. A previsão era de que, se tudo corresse bem, a filiação ocorresse até o fim do ano. A resposta de Bolsonaro ao apoiador na noite desta segunda-feira deixa esse cenário ainda mais incerto.
Resolução em “até três semanas”
Na semana passada, durante agenda em Dubai, nos Emirados Árabes, Bolsonaro comentou o impasse sobre a filiação, mas disse que pretendia resolver a situação em no máximo três semanas.
“Eu espero, em pouquíssimas semanas, duas, três, no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas eu acho que tem tudo para a gente casar e ser feliz”, disse o presidente.
“O que acontece: alguns estados que, para mim, em uma possível eleição, se eu vier candidato, são vitais, como São Paulo. Ele tem um compromisso em São Paulo com candidatos que vão apoiar o atual governador [João Doria], se ele tiver o espaço lá no partido dele”, explicou.