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Bolsonaro diz que cobrou Moro por ação da PF contra Álvaro Antônio

Ex-ministro do Turismo é investigado por crimes envolvendo candidaturas-laranja do PSL, em Minas Gerais, nas eleições de 2018

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Brasília (DF), 03/10/19. Jair Messias Bolsonaro. Sérgio Moro. Lançamento do pacote anticrime do governo federal
1 de 1 Brasília (DF), 03/10/19. Jair Messias Bolsonaro. Sérgio Moro. Lançamento do pacote anticrime do governo federal - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (8/12) que cobrou o ex-ministro Sergio Moro, à época em que ainda chefiava a pasta de Justiça do governo, sobre investigações da Polícia Federal contra o então ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio.

Em 2019, o Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais denunciou Álvaro Antônio por crimes envolvendo candidaturas-laranja do PSL em 2018. O indiciamento do ministro pela Polícia Federal ocorreu devido ao crime eleitoral de omissão na prestação de contas e também em razão do crime de associação criminosa (leia mais ao final da reportagem).

Durante entrevista à Gazeta do Povo, Bolsonaro disse o caso “deu uma dor de cabeça horrível” para o governo e que as investigações eram “direcionadas” e “selecionadas” por Moro. Em nenhum momento o presidente citou o nome de Álvaro Antônio e pediu para que os entrevistados fizessem o mesmo.

“Teve um caso de um deputado federal, ex-ministro meu, que foi acusado de ter laranjas por ocasião das eleições. Polícia Federal começou a apurar. Essa matéria vazou. Pancada no respectivo ministro. Chamei o Moro. [Bolsonaro perguntou:] ‘Ô, Moro, já que está sendo divulgado pela imprensa, por que que a Polícia Federal está investigando esse ministro que foi candidato em um estado aí?’. [Moro respondeu:] ‘Ah, porque uma pessoa ligada a ele recebeu um valor que dividido pelo número de votos dava um fator 50′”, relatou o presidente.

Bolsonaro continuou:

“Eu já sabia [que Moro falaria isso] e puxei para ele [os valores] de outros partidos do Brasil. Outros partidos, em especial de esquerda, o fator dá acima de 50. [Bolsonaro perguntou a Moro:] ‘Por que você não está investigando? É só para queimar o governo? Dizer que eu tenho um ministro corrupto no meu governo?’. […] Deu uma dor de cabeça enorme para nós isso daí. Ou seja, ações que eram direcionadas. Eram selecionadas pelo ministro, investigações selecionadas”.

Denúncia por candidaturas-laranja

Pela investigação, o PSL de Minas Gerais inscreveu candidatas sem a intenção de que elas fossem, de fato, eleitas. Isso porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral devem ser destinados a candidaturas femininas.

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão
O ex-juiz afirma não ter se arrependido de seu cargo durante o governo do atual presidente
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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente

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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente

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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão

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O ex-juiz afirma não ter se arrependido de seu cargo durante o governo do atual presidente

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Marcelo Álvaro Antônio é citado em depoimentos na investigação sobre o uso de candidaturas de mulheres na eleição de 2018 para desvio da verba eleitoral no estado.

Segundo inquérito da PF, ele “era e ainda é o ‘dono’ do PSL mineiro”. À época dos crimes apontados, Álvaro Antônio era o presidente estadual do PSL, partido do presidente da República, Jair Bolsonaro.

No indiciamento, a PF afirma que o então presidente do PSL em Minas “possuía o total domínio do fato, controle pleno da situação, com poder de decidir a continuidade ou interrupção do repasse de recursos do fundo partidário”.

Desde o início da investigações, Álvaro Antônio nega as acusações.

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