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Bolsonaro diz que cobra R$ 5 bi de Guedes para manter malha rodoviária

Segundo presidente, verba é um pedido do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Bolsonaro defendeu manutenção do teto de gastos

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Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes se abraçam sorrindo
1 de 1 Jair Bolsonaro e Paulo Guedes se abraçam sorrindo - Foto: Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quarta-feira (7/7), que está cobrando o ministro da Economia, Paulo Guedes, para destinar R$ 5 bilhões ao Ministério da Infraestrutura.

Em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, o mandatário do país disse que a verba é um pedido do ministro Tarcísio de Freitas para realizar a manutenção da malha viária brasileira. Bolsonaro dizia que o governo trabalha com um “orçamento pequeno” quando fez a declaração.

“Agora, a malha rodoviária não está bem. Eu estou em cima do Paulo Guedes para arranjar, a pedido do Tarcísio, R$ 5 bilhões para a gente fazer a manutenção da malha federal pelo Brasil. A vantagem disso daí é diminuir o custo para o caminhoneiro”, declarou o presidente.

Em sua fala, Bolsonaro ainda defendeu a manutenção do teto de gastos. A regra do teto de gastos foi criada em 2016, ainda durante a gestão de Michel Temer (MDB), por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC).

De acordo com a regra, durante 20 anos, as despesas da União só podem crescer o equivalente ao gasto do ano anterior, sendo este corrigido pela inflação. A PEC aprovada pelo Congresso também estabelece que o texto pode ser revisto após dez anos.

“É um orçamento complicado, porque nós temos um teto de gastos. E esse teto é responsabilidade minha, do Paulo Guedes, que tem que ser mantido. Esperamos que a gente consiga. A cada 15 dias temos reunião com a Junta Especial do Orçamento, para tratar desse assunto [obras e infraestrutura]”, prosseguiu Bolsonaro.

Voto impresso

Durante a entrevista desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a implementação do voto impresso. O chefe do Executivo federal afirmou que o seu lado “pode não aceitar o resultado” das eleições do próximo ano.

“Eles vão arranjar problemas para o ano que vem. Se esse método continuar aí, sem inclusive a contagem pública, eles vão ter problema, porque algum lado pode não aceitar o resultado. Esse lado obviamente é o nosso lado, pode não aceitar esse resultado. Nós queremos transparência. […] Havendo problemas, vamos recontar”, declarou.

O presidente voltou a falar que irá apresentar provas de que o atual sistema eleitoral é passível de fraude e que venceu o pleito de 2018 em primeiro turno. Ele ainda afirmou que, em 2014, na disputa entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), o tucano foi o vencedor do pleito. Bolsonaro não apresentou provas ou indícios que sustentem a afirmação.

Bolsonaro é defensor do voto impresso e prega que o atual sistema eleitoral, com urnas eletrônicas sem impressão dos votos, permite fraude. O presidente costuma dizer que teria vencido no primeiro turno a eleição presidencial de 2018.

A Câmara dos Deputados discute uma PEC que prevê a inclusão de um artigo na Constituição Federal para que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.

Em maio deste ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), determinou que uma comissão especial fosse criada para discutir a PEC do voto impresso.

O colegiado tem 34 titulares e 34 suplentes e é responsável por analisar o mérito do texto. Se aprovado, segue para votação no plenário da Câmara.

Por se tratar de uma PEC, o texto precisa do aval de 308 deputados, em dois turnos de votação. Se aprovado, vai para análise dos senadores.

A PEC é de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) e teve a constitucionalidade aprovada em dezembro de 2019, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

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