Bolsonaro diz que Alcolumbre “tortura” Mendonça ao não marcar sabatina
O presidente disse que o indicado ao Supremo “vai ser contra pautas progressistas” e, por isso, terá papel importante na Corte
atualizado
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Ao falar sobre a recusa do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em marcar a sabatina de André Mendonça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que ele “faz uma verdadeira tortura” contra um “chefe de família”.
Bolsonaro disse que não há motivos para mudar a indicação ao Supremo, para ocupar o lugar deixado pelo ministro Marco Aurélio Mello, e que o nome precisa ser colocado em votação. “Se não passar, paciência”, completou.
“Não tem motivo para mudar André Mendonça. É uma pessoa que é evangélica, é um compromisso meu e tem uma bagagem jurídica enorme. Há interesse por partes de alguns senadores de colocar um nome mais simpático a eles, mas o que o Davi Alcolumbre faz não é justo. É uma verdadeira tortura contra um chefe de família”, falou.
O presidente ainda ressaltou que Mendonça não será favorável a pautas progressistas, citando o julgamento do “marco temporal”, que está parado no STF, e decidirá o destino das demarcações de terras indígenas.
“Ele vai ser contra as pautas progressistas. Nas econômicas, ele estará alinhado conosco. Nós precisamos desse voto lá, para o bem do Brasil”, finalizou, em entrevista à Jovem Pan.
Pressão sobre Alcolumbre
Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) entraram no Supremo com uma ação para obrigar Alcolumbre a marcar a sabatina de Mendonça. A investida, contudo, não teve sucesso.
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, decidiu arquivar o processo. De acordo com o ministro, o mandado de segurança impetrado no Supremo não se enquadra nos requisitos e, além disso, não cabe ao STF decidir sobre isso e, sim, ao Legislativo.
Até agora, o presidente da CCJ não manifestou interesse em pautar a votação para os próximos dias.