Bolsonaro diz que ações na Venezuela serão tomadas por ele. Maia reage
Segundo presidente da Câmara, cabe ao Congresso Nacional decidir, junto com Executivo federal, medidas a serem adotadas no país vizinho
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou, por meio do seu Twitter, que qualquer medida a ser adotada pelo Brasil em relação à crise política e institucional na Venezuela serão decididas “exclusivamente” por ele.
Segundo o chefe do Executivo federal, ele tomará decisões ouvindo o Conselho de Defesa Nacional, com o objetivo de buscar a “melhor solução para restabelecer a democracia naquele país”. Veja a postagem do presidente:
A situação da Venezuela preocupa a todos. Qualquer hipótese será decidida EXCLUSIVAMENTE pelo Presidente da República, ouvindo o Conselho de Defesa Nacional. O Governo segue unido, juntamente com outras nações, na busca da melhor solução que restabeleça a democracia naquele país.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 30 de abril de 2019
Não é bem assim
Após a publicação de Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu. O emedebista lembrou ao peesselista que a Constituição prevê que o presidente da República pode consultar o Conselho Nacional de Defesa, mas precisa da aprovação do Congresso Nacional, seja para declaração de guerra ou decretação de estados de sítio ou defesa.
A declaração de Maia foi dada em entrevista ao site O Antagonista. “Com todo o respeito, os artigos da Constituição precisam ser respeitados. A palavra final é do Congresso”, afirmou o parlamentar.
Treta
Com emojis de coração, o presidente brasileiro publicou ainda uma foto na qual aparecem os ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff junto com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, considerado ditador e usurpador por Brasil e Estados Unidos, entre outros países.
Além de Lula e Dilma, a imagem mostra Maduro na companhia do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do líder do PSol na Câmara, deputado Ivan Valente (SP).
❤️❤️❤️ pic.twitter.com/dZFf3y35En
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 30 de abril de 2019
Entenda
Juan Guaidó convocou a população para ir às ruas nesta terça-feira (30/04/2019). Ele afirmou ter apoio das Forças Armadas para “acabar com a usurpação de poder”. Aos poucos, os venezuelanos ocuparam alguns pontos da capital, Caracas, o que provocou reação do governo de Nicolás Maduro e clima de tensão na cidade.
“As Forças Armadas claramente estão ao lado do povo, ao lado da Constituição, ao lado do povo da Venezuela”, assinalou Juan Guaidó em conta oficial no Twitter. O líder opositor publicou um vídeo nas redes sociais no qual confirma apoio dos militares à causa e aproveita para convocar a população a se manifestar.
En el marco de nuestra constitución. Y por el cese definitivo de la usurpación. https://t.co/3RD2bnQhxt
— Juan Guaidó (@jguaido) 30 de abril de 2019
“Povo da Venezuela, é necessário que saiamos juntos à rua para recuperar as forças democráticas e nossa liberdade. Organizados e juntos, mobilizem-se às principais unidades militares”, escreveu o presidente interino no Twitter.
Nas imagens divulgadas, Juan Guaidó aparece ao lado de Leopoldo López, outro opositor ao regime de Maduro. No Twitter, López também se manifestou a respeito do apoio das Forças Nacionais. “Fui libertado pelos militares. É hora de conquistar a liberdade. Força e fé”, publicou.
Além disso, vários integrantes das Forças Armadas aparecem, armados, ao redor dos líderes. Apesar disso, de acordo com o presidente interino, as manifestações da população no Dia do Trabalho, que devem ocorrer nesta quarta-feira (1º/05/2019), serão pacíficas.
Venezuela: ha iniciado la fase definitiva para el cese de la usurpación, la Operación Libertad. He sido liberado por militares a la orden de la Constitución y del Presidente Guaidó. Estoy en la Base La Carlota. Todos a movilizarnos. Es hora de conquistar la Libertad. Fuerza y Fe pic.twitter.com/Awm6P09ZM0
— Leopoldo López (@leopoldolopez) 30 de abril de 2019
Confira imagens dos protestos desta terça-feira: