1 de 1 Bolsonaro na CNI
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a empresários, nesta quarta-feira (29/6), que não vai interferir na política de juros do Banco Central. O chefe do Executivo participou do “Diálogo da Indústria”, evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em sua fala, o mandatário da República disse que poderia interferir no Banco Central para diminuir a Selic, mas que “abriu mão de poder” quando sancionou a autonomia do órgão regulador do sistema financeiro, em fevereiro do ano passado.
Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano. É o maior patamar da taxa básica de juros desde 2016, quando estava em 13,75% ao ano.
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Bolsonaro participou do “Diálogo da Indústria”, evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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Presidente da República disse que poderia interferir no Banco Central para diminuir a Selic, mas que "abriu mão de poder"
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Ele também declarou que estuda uma desoneração para empresas
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Em alusão aos chineses, Bolsonaro faz sinal desrespeitoso de olhos puxados
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“Independência do Banco Central. Eu abri mão de poder. Poderia, num momento como esse, vamos supor – poderia, não vou dizer que vou fazer –, chamar o presidente do Banco Central [e dizer:] ‘Olha, está 12% a Selic, vamos passar na próxima reunião para 10%, senão cartão vermelho'”, afirmou.
Na sequência, Bolsonaro continuou: “Poderia acontecer? Poderia acontecer. Jamais faria isso daí. Mas a independência do Banco do Brasil dá uma garantia aos senhores, de que não vai ter interferência política nisso”.
O presidente da República também declarou que estuda uma desoneração para empresas. O objetivo seria estimular a criação de empregos no país.
“No ano passado, tivemos excesso de arrecadação na casa dos R$ 300 bilhões. E foi para abater dívidas esse recurso”, afirmou. “O estudo lá com o Paulo Guedes é ver se, com uma desoneração, que a gente venha a perder um pouco desse superávit para abater dívidas, mas que sirva para ampliar o número de empregos no Brasil.”
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022
Reprodução/Instagram
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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Hugo Barreto/Metrópoles
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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair
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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República
Daniel Ferreira/Metrópoles
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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos
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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente
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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros
Alan Santos/PR
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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente
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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto
Igo Estrela/Metrópoles
Recriação do Ministério da Indústria e Comércio
No evento, o presidente voltou a dizer que, caso seja reeleito, vai recriar o Ministério da Indústria e Comércio Exterior. Segundo ele, o chefe da pasta será indicado pelo setor.
Para recriar uma pasta, o governo federal deve editar uma medida provisória. O ato deve ser aprovado pelo Congresso Nacional para se tornar efetivo.
O Ministério da Indústria e Comércio Exterior foi extinto na gestão do atual presidente e integrado ao Ministério da Economia, atualmente comandado por Paulo Guedes.
Cabe ao Ministério do Comércio realizar políticas, como:
política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços;
propriedade intelectual e transferência de tecnologia;
metrologia, normalização e qualidade industrial;
políticas de comércio exterior;
regulamentação e execução dos programas e atividades relativas ao comércio exterior;
aplicação dos mecanismos de defesa comercial;
participação em negociações internacionais relativas ao comércio exterior;
formulação da política de apoio à microempresa, empresa de pequeno porte e artesanato; e
execução das atividades de registro do comércio.
Críticas ao Judiciário e corrupção
A empresários, Bolsonaro ainda criticou o Poder Judiciário, dizendo que há interferência do Poder no Executivo e no Legislativo.
“O que nós queremos? São os três poderes livres, harmônicos e independentes, e cada um dentro do seu quadrado. E todos dentro das quatro linhas da Constituição”, defendeu.