Bolsonaro defende PEC dos Precatórios para dobrar Bolsa Família
Proposta de emenda à Constituição foi aprovada esta semana em 1º turno pela Câmara. Texto abre espaço para revisão do programa social
atualizado
Compartilhar notícia
Em agenda no Paraná neste sábado (6/11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) saiu em defesa da PEC dos Precatórios, proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da renegociação do pagamento das dívidas do governo com condenação judicial definitiva. A matéria foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno na última semana, por 312 votos a 144.
Saiba o que são os Precatórios.
“Estamos votando aqui a tal da PEC dos Precatórios para poder, realmente, fazer com que o orçamento nosso funcione o ano que vem, para dobrar o Bolsa Família, porque estamos vivendo uma inflação de alimentos, inflação de combustíveis”, disse o mandatário em discurso a motociclistas em Ponta Grossa, após um passeio de moto pela região.
“Estamos pagando a conta – que eu não apoiei – do ‘fica em casa, a economia a gente vê depois’. Estamos fazendo o possível”, prosseguiu.
A PEC é considerada por opositores uma forma de “calote” do governo em credores, uma vez que posterga o pagamento das requisições que são asseguradas pela Justiça. Já os governistas veem a proposta como a melhor alternativa para viabilizar a criação do Auxílio Brasil, programa social que deve substituir o Bolsa Família e imprimir a marca da gestão Bolsonaro.
A necessidade de abrir espaço no Orçamento 2022 para o novo programa decorre da vontade do presidente em ampliar o valor pago aos beneficiários, chegando a R$ 400. Ocorre, no entanto, que o montante a ser despendido no pagamento das parcelas do auxílio às famílias pode vir a ultrapassar o limite do teto de gastos, regra que impede as despesas do governo de crescerem acima da inflação do ano anterior.
Motociata
Bolsonaro tem participado de encontros de motos com seus apoiadores desde o início do ano. Já foram feitas motociatas nas principais capitais do país. Ele costuma usar os passeios como demonstrações de popularidade política — ao mesmo tempo em que pesquisas de opinião registraram o aumento da rejeição entre os brasileiros.
Em setembro, depois de ter recuado do tom bélico em relação ao Poder Judiciário, Bolsonaro anunciou que faria uma pausa nos atos e citou “risco muito grande” dos passeios.