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Bolsonaro defende ministro: “Boto a minha cara no fogo pelo Milton”

Presidente disse que acusações contra ministro da Educação são uma “covardia”. Segundo ele, Polícia Federal também deve investigar o caso

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Bolsonaro e Milton Ribeiro assinam novo reajuste para professores da educação básica 0
1 de 1 Bolsonaro e Milton Ribeiro assinam novo reajuste para professores da educação básica 0 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu em defesa do ministro da Educação, Milton Ribeiro, nesta quinta-feira (24/3). Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o mandatário da República disse que as acusações sobre o MEC ter favorecido indicações de pastores em agendas e direcionamento de recursos são uma “covardia”.

“O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, afirmou o presidente.

Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo revelou um áudio em que Ribeiro diz ter atendido a pedidos do presidente Jair Bolsonaro (PL) para favorecer pastores com verbas do MEC.

Na live, o presidente não explicou por que Ribeiro citou seu nome, nem porque teria pedido para que o pastor Gilmar Santos fosse favorecido no MEC.

Também na noite desta quinta, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro. O pedido atende solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na semana passada, o jornal O Estado de S.Paulo já havia revelado a existência de um “gabinete paralelo” de pastores. O suposto grupo exerceria controle sobre verbas e agenda do Ministério da Educação.

Após as denúncias de supostas irregularidades, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) vão investigar os repasses.

Segundo o presidente Jair Bolsonaro, após as reportagens, ele pediu para que a Polícia Federal também investigasse o caso.

Gabinete paralelo

O “gabinete paralelo” do MEC seria formado por pastores sem cargo no governo. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus; Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).

A atuação incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 quilo de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).

Na ocasião, Arilton teria mencionado deliberadamente a destinação de recursos, na presença de outros prefeitos. O pastor também teria repassado o número da conta bancária para que os líderes municipais efetuassem as transferências.

O que diz o ministro

Em nota divulgada nessa terça-feira (22/3), o ministro da Educação disse que a distribuição de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ele negou favorecimento da pasta a pastores.

O chefe da Educação federal alegou ainda que “o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”.

Milton Ribeiro ainda reafirmou compromisso com a laicidade do Estado. “Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa”.

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