Bolsonaro defende manutenção do Bolsa Família: “Não tem como tirar”
Presidente afirmou que 17 milhões de famílias não têm condições de trabalhar devido à falta de qualificação profissional
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (27/10) que não pode acabar com o Bolsa Família. Ele afirmou que a manutenção do benefício se faz necessária porque boa parte dos assistidos não consegue emprego por falta de qualificação profissional.
“Não tem como tirar o Bolsa Família do pessoal, como alguns querem. São 17 milhões que não têm como ir mais para o mercado de trabalho, com todo o respeito não sabem fazer quase nada. O que a juventude aprendeu com 14 anos do PT, tendo o ministro Haddad lá na Educação?”, indagou Bolsonaro em entrevista a Sikêra Júnior, da TV A Crítica, afiliada da RedeTV! no Amazonas.
O programa social criado no governo do PT será substituído pelo Auxílio Brasil, em uma iniciativa vista como uma forma de ajudar a recuperar a popularidade de Bolsonaro, que deve tentar a reeleição em 2022.
Em seguida, Bolsonaro questionou a educação do povo brasileiro, ressaltou que o país está nas últimas posições do exame do Programa Nacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e disse que a maioria não sabe fazer contas básicas, como 7 x 8. Um homem usando uma máscara de jumento subiu ao palco e Bolsonaro brincou com ele.
Bolsonaro afirmou que tem como aumentar o valor do benefício social, mas depende do Congresso para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.
O ministro da Cidadania, João Roma, anunciou que o programa terá um reajuste de 20% e começará a ser pago em novembro de 2021. O benefício será de R$ 400 mensais. A ideia é reformular o Bolsa Família e abranger uma quantidade maior de pessoas, incluindo parte dos brasileiros que receberam o auxílio emergencial por ocasião da pandemia.
Atualmente, o programa social do governo federal contempla 14,7 milhões de famílias de baixa renda. Com a reformulação, o governo pretende atender cerca de 17 milhões de famílias. Estimativas apontam que o programa social como um todo – considerando o programa permanente e o benefício transitório que deve ser instituído até o final de 2022 – custará aos cofres públicos um total de R$ 84,7 bilhões no próximo ano.
Na última semana, a ala política do governo entrou em embate com a equipe econômica em razão das negociações para viabilizar o programa. A principal discussão gira em torno da decisão de furar o teto de gastos, regra que impede o governo de deixar as despesas crescerem acima da inflação do ano anterior.