Bolsonaro declara apoio a Arthur Lira na disputa pela presidência da Câmara
Presidente falou a admiradores sobre apoio a Lira, que irá disputar a eleição interna contra o candidato de Rodrigo Maia, Baleia Rossi
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou a apoiadores, nesta segunda-feira (28/12), que está na torcida pelo deputado federal Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Lira é o líder do bloco partidário conhecido como Centrão, que passou a integrar a base de apoio a Bolsonaro neste ano de 2020.
Bolsonaro vinha dizendo que não iria interferir na disputa interna da Câmara, marcada para 1º de fevereiro de 2021. Apesar disso, ele trabalha para eleger o antagonista do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O candidato do bloco liderado por Maia é o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP). Depois de ter rivalizado com Bolsonaro e alguns de seus ministros, Maia tem se colocado cada vez mais como um representante da Câmara “independente”.
“Teremos eleição [na Câmara e no Senado] agora. Uma das chapas ali [na Câmara] é o Rodrigo Maia e PT, PCdoB e PSol. E tem uma outra chapa. Eu estou nessa outra. Não vou nem discutir. Quem está de um lado: PT, PCdoB e Rodrigo Maia. Eu estou do outro lado”, afirmou Bolsonaro a admiradores no Palácio da Alvorada.
Maia foi um dos responsáveis por travar o avanço da pauta de costumes na Câmara, por entender que a agenda divide o país. Agora, na tentativa de fazer um sucessor, ele angariou o apoio de siglas de esquerda — PT, PCdoB, PDT, PSB e Rede — e de partidos de centro-direita: além do DEM, MDB, PSDB, Cidadania, PV e parte do PSL não bolsonarista. O PSol, com 10 deputados, não está nesse bloco, ao contrário do que disse Bolsonaro, e deve lançar candidato próprio para marcar posição.
Já Lira conta com o apoio do PP, PL, PSD, PSC, Pros, Avante, Patriota, Republicanos e da ala bolsonarista do PSL. O PTB e o Podemos também devem aderir à candidatura do alagoano. Apesar disso, são esperadas traições em ambos os lados, uma vez que o voto é secreto.
Voto impresso
O chefe do Executivo federal foi questionado pelos simpatizantes sobre o voto impresso nas eleições, bandeira levantada por ele para questionar a lisura do pleito e a confiança na urna eletrônica. Ele respondeu que, com a mudança nas presidências das duas Casas, pretende ver o voto impresso aprovado, o que depende da votação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC).
“Acabando as eleições, tem uma proposta de emenda à Constituição da Bia Kicis. A gente… Vou conversar com os dois presidentes para a gente levar adiante essa proposta, essa PEC, para ver se a gente aprova o voto impresso. E, se aprovar, vai ser voto impresso em 2022”, disse.