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Bolsonaro decidirá sobre Acordo de Paris na semana que vem, diz Salles

Futuro ministro do Meio Ambiente afirma que governo identificará se tratado pode ser ameaça à soberania nacional

atualizado

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Pedro Calado/Secretaria de Meio Ambiente de SP
ricardo salles
1 de 1 ricardo salles - Foto: Pedro Calado/Secretaria de Meio Ambiente de SP

Indicado para comandar o Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles afirma que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, deve decidir na próxima semana sobre a permanência ou não do Brasil no Acordo de Paris (tratado assinado em 2015 por 195 países, e que prevê medidas para redução da emissão de gases estufa a partir de 2020). Até lá, analisará pontos negativos e positivos do termo.

Entre pontos que Bolsonaro e sua equipe consideram “sensíveis” está o risco à soberania nacional. Salles também afirmou, ao jornal O Globo, que o Brasil é um exemplo para o mundo e que a agricultura do país é harmônica com o meio ambiente. Confira alguns trechos da entrevista concedida ao jornal carioca:

Conferência do Clima (COP)
Eu acho importante nós mantermos os mecanismos que favorecem o Brasil do ponto de vista financeiro, que trazem para nós o reconhecimento por todo o trabalho de preservação e sustentabilidade que o Brasil já fez. Há uma discussão muito grande sobre o futuro, mas nós temos que reconhecer o que já foi feito. O Brasil tem uma posição confortável nesse sentido. Temos muita coisa para mostrar, não só do ponto de vista dos recursos naturais, mas das emissões, também do etanol, do RenovaBio. São situações que respaldam a posição do Brasil como um país que preserva o meio ambiente. Então, estamos bem do ponto de vista comparativo com outros países que estão na reunião.

Desmatamento na Amazônia
Houve um crescimento em números absolutos, mas acho que nós precisamos num próximo passo esmiuçar esses números para saber de onde eles estão vindo e quem está desmatando. Senão, é um tipo de afirmação muito genérica. Nós precisamos saber a origem desses dados. Tendo o detalhamento, vamos poder saber que tipo de propriedade, que tipo de atividade que está causando esse desmatamento e em que medida ele é legal ou ilegal.

Acordo de Paris
Ele [Bolsonaro] tem uma opinião muito razoável nesse ponto que é, se a avaliação final for que o Brasil tem mais a ganhar do que a perder, não tem por que sair. Temos que identificar quais os aspectos do acordo que nos são benéficos e quais representam alguma ameaça para o Brasil, quer ser em termos de gestão do seu território, de soberania nacional. E esses pontos, e apenas esses, a gente pode criticar e eventualmente contestar. Não é uma situação de ficar ou sair. Você pode ter um ajuste aí. [Mas] Essa é uma decisão a ser tomada pelo presidente. A gente vai trabalhar no sentido de identificar pontos positivos e negativos e ele, ao final, vai tomar a sua decisão. Qualquer conclusão por hora é precipitada.

Unir o ICMBio ao Ibama
Nós estamos analisando quais os ganhos tanto operacionais quanto administrativos dessa eventual fusão. Esse também é um tema que na próxima semana devemos ter uma posição mais clara.

Missão no ministério
Se resume numa frase: ter bastante cuidado com o meio ambiente, mas respeitar a legislação e a técnica, sem ideologia.

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