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Bolsonaro debocha de cabelo de apoiador: “Tô vendo uma barata aqui”

O presidente, que costuma receber admiradores no Palácio da Alvorada, debochou do cabelo de uma pessoa que se aproximou para tirar foto

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Bolsonaro debocha de cabelo do apoiador – Reprodução
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Na manhã desta quinta-feira (6/5), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que estava “vendo uma barata” no cabelo de uma pessoa que se aproximou para tirar foto com o mandatário. O chefe do Executivo recebe, todas as manhãs, apoiadores no Palácio da Alvorada, onde reside.

Depois de olhar com deboche para o cabelo crespo do rapaz, o presidente comenta: “Tô vendo uma barata aqui”.

Na terça-feira (4/5), Bolsonaro fez outro comentário esdrúxulo sobre o cabelo de um apoiador. “O que você cria embaixo dessa cabeleira aí?”, questionou o mandatário na chegada ao Palácio da Alvorada. Os momentos foram gravados e compartilhados por um canal simpatizante ao governo.

Não é a primeira vez que o presidente faz brincadeira com um gesto que pode ser considerado intolerância racial. Em 2019, Bolsonaro foi condenado a pagar R$ 150 mil por danos morais coletivos devido a uma frase racista proferida no extinto programa CQC, da TV Bandeirantes, em março de 2011.

Na ocasião, após uma pergunta da cantora Preta Gil, que questionou qual seria a reação de Bolsonaro caso um de seus filhos de apaixonasse por uma mulher negra, o mandatário disparou: “Eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o seu”.

O chefe do Executivo também foi processado em outro caso de racismo. Em 2017, quando ainda era deputado federal, em palestra para cerca de 300 pessoas, Bolsonaro afirmou que, se fosse eleito, acabaria com todas as reservas de terra de indígenas e quilombolas (descendentes de escravos que vivem em quilombos).

“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Se eu chegar lá (na Presidência), não vai ter dinheiro pra ONG. Esses vagabundos vão ter que trabalhar. No que depender de mim, todo mundo terá uma arma de fogo em casa, não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”, disse.

Em 2019, Bolsonaro foi absolvido da acusação, e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio, encerrou o processo de dano moral.

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