Bolsonaro dá posse a seis ministros em cerimônia restrita no Planalto
Novo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos disse que o grande articulador político do governo foi, é e sempre será o presidente
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) empossou seis novos ministros de Estado, na manhã desta terça-feira (6/4), na sala de audiências do Palácio do Planalto.
A cerimônia foi fechada à imprensa e contou com a participação de autoridades do governo e parlamentares, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); os líderes do governo Ricardo Barros (PP-PR), da Câmara, e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), do Senado; o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI); e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL.
As pastas atingidas na reforma ministerial foram a Advocacia-Geral da União (AGU), os ministérios da Justiça, das Relações Exteriores e da Defesa, a Secretaria de Governo da Presidência e a Casa Civil. As mudanças já foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU), ainda na semana passada.
O ministro André Mendonça deixou a Justiça e voltou à AGU. No lugar, assume o delegado de Polícia Federal Anderson Torres.
No Itamaraty, em substituição a Ernesto Araújo, o diplomata Carlos Alberto Franco França, que era chefe do cerimonial da Presidência da República, assume o comando.
Na Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva será substituído pelo também general Walter Souza Braga Netto, que deixa a Casa Civil.
A Secretaria de Governo terá como titular a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) no lugar de Luiz Eduardo Ramos – que vai para a Casa Civil, em substituição a Braga Netto.
Deixaram o governo Araújo, Azevedo e Silva, e José Levi – que, até então, exercia o cargo de advogado-geral da União. Os demais foram apenas remanejados para outras pastas.
Discursos
Em discurso, o novo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou que o grande articulador político do governo “foi, é e sempre será Jair Bolsonaro”.
“Presidente, em mais de uma oportunidade, me disse com grande sinceridade que, na realidade, o grande articulador político deste governo foi, é e sempre será Jair Bolsonaro. Eu estava apenas como um auxiliar, aprendendo sempre e me surpreendendo com a sua perspicácia e, como o Braga Netto sempre lembra, de um timing político inigualável”, disse ele em discurso.
“Procurei, como ministro da Secretaria de Governo, que estou deixando hoje, seguir suas orientações e diretrizes e, principalmente, me valer de sua larga experiência parlamentar de 28 anos como deputado federal combativo e determinado. E essa sua experiência sempre me trouxe orientações e mostrou a decisão correta a ser adotada em momentos muito críticos.”
Por sua vez, o novo titular da pasta da Justiça, Anderson Torres, sublinhou que a justiça e a segurança pública “são a espinha dorsal da paz e da tranquilidade da nação, principalmente, quando se passa por uma crise sanitária mundial, como a que vivemos, e que impacta a economia e a qualidade de vida dos cidadãos”. Segundo ele, “nesse momento, a força da segurança pública tem que se fazer presente, garantindo a todos um ir e vir sereno e pacífico”.
“Contem com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para dar essa tranquilidade ao povo brasileiro”, disse o novo ministro.
Walter Braga Netto, por sua vez, que agora assume a Defesa, destacou a atuação à frente da Casa Civil. Segundo ele, a pasta “facilita o trabalho dos ministérios e conseguiu soluções que estavam paradas, há vários anos, por divergências – muitas vezes, de dois, três ministérios”.
O embaixador Carlos Alberto França, novo chanceler, disse que vai se engajar por uma maior articulação do Itamaraty com outros órgãos públicos e com o Congresso Nacional, para que o trabalho diplomático se traduza em melhores resultados para os brasileiros. “Meu compromisso é engajar o Brasil num intenso esforço de cooperação internacional, sem exclusões”, acrescentou.
Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, declarou que é “uma enorme honra e responsabilidade assumir o ministério encarregado das relações entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, num momento tão crucial da história do país”.
A ministra assinalou que “a hora é de diálogo, de compreensão, de solidariedade e de trabalho pelo Brasil”. Flávia ressaltou, ainda, que trabalhará na busca “de pontos de convergências que permitam avançar nas soluções para o país”.
Por fim, André Mendonça apresentou uma prestação de contas de quase um ano como titular do MJSP, e frisou que a AGU é uma instituição essencial à Justiça e ao Estado brasileiro, e que seus servidores “devem e estarão empenhados em garantir o desenvolvimento do país, a não criminalização da política e o respeito às instituições”.
Confira as mudanças e os nomes:
Ministério da Defesa
Sai: Fernando Azevedo e Silva
Entra: Walter Braga Netto
Casa Civil
Sai: Walter Braga Netto
Entra: Luiz Eduardo Ramos
Secretaria de Governo da Presidência
Sai: Luiz Eduardo Ramos
Entra: Flávia Arruda, deputada federal
Advocacia-Geral da União
Sai: José Levi Mello
Entra: André Luiz Mendonça
Ministério da Justiça
Sai: André Luiz Mendonça
Entra: Anderson Gustavo Torres, delegado da Polícia Federal
Ministério das Relações Exteriores
Sai: Ernesto Araújo
Entra: embaixador Carlos Alberto Franco França
Presença de mensaleiro
A cerimônia que oficializou Flávia Arruda como ministra da Secretaria de Governo contou com a presença do presidente nacional do Partido Liberal (PL), o ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos nomes envolvidos e condenados no esquema do mensalão. A legenda integra o “Centrão”.
Costa Neto, que esteve envolvido no escândalo do mensalão, ocorrido no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, esteve durante toda a solenidade ao lado de autoridades do governo Bolsonaro, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).