Bolsonaro critica uso de gênero neutro: “Qual o futuro dessa nação?”
Deputado Marco Feliciano, aliado do presidente, chegou a oficiar a Polícia Federal após colégio emitir comunicado sobre linguagem neutra
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) endossou as críticas que membros da bancada evangélica, como o deputado e pastor Marco Feliciano, têm feito ao uso do gênero neutro. Em conversa com apoiadores nesta sexta-feira (13/11), o chefe do Executivo chegou a questionar “qual o futuro da nação que age dessa maneira com a educação?”.
Bolsonaro comentou que há “aparelhamento na educação” e que estão “querendo mudar” o tratamento de gêneros dentro da língua portuguesa. “Agora vai discutir linguagem que vale pros dois sexos, né? Enquanto na China mais da metade das patentes são de lá, nós aqui temos o quê? Você não investe nessa área porque não tem uma massa humana preparada desde cedo”, pontuou.
O presidente criticou o desempenho brasileiro em provas internacionais, como o Pisa. Segundo ele, adolescentes de 15 anos não conseguem fazer uma regra de três simples.
“Não consegue, ao ler o segundo parágrafo, saber o que tinha no primeiro. Ciências um desastre. Até a fórmula da água você tem dificuldade, perante o papel de colocar a fórmula da água. Qual é o futuro nosso? Esse pessoal cresce, vai no mercado de trabalho com uma formação deficitária, vai fazer o quê? Vai aceitar ser subembregado”.
Entenda
Uma atitude tomada pelo Colégio Franco-Brasileiro, no Rio de Janeiro, viralizou ao promover a diversidade. A escola resolveu adotar a ” linguagem neutra”, ou seja, sem a distinção de gênero.
Em um comunicado enviado aos pais e divulgado pelo O Globo, o colégio fala sobre o “compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar”.
O comunicado ressalta ainda que a ideia é a neutralização de gênero gramatical por meio da adoção de um “conjunto de operações linguísticas voltadas tanto ao enfrentamento do machismo e do sexismo no discurso quanto à inclusão de pessoas não identificadas com o sistema binário de gênero”.