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Bolsonaro critica “novatos” do PSL e diz: “Ferida vai cicatrizar”

Presidente, que está em missão oficial pela Ásia e Oriente Médio, fez declaração na chegada a Tóquio

atualizado

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Carolina Antunes/PR
07/10/2019 Reunião com Ministro da Defesa, Fernando Azevedo
1 de 1 07/10/2019 Reunião com Ministro da Defesa, Fernando Azevedo - Foto: Carolina Antunes/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (21/10/2019), que houve um “bate-boca exacerbado” entre integrantes do seu partido, o PSL, mas que deixará a ferida cicatrizar naturalmente. Discussões entre os parlamentares nos últimos dias envolveram até mesmo os filhos do presidente, o vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “As coisas acontecem. É igual a uma ferida, cicatriza naturalmente”, disse.

“A maioria do PSL é nova na política, novato que chega achando que já sabe de tudo. Passei 28 anos ali (no Congresso) sem um cargo (no governo)”, afirmou o presidente enquanto passeava pela rua Takeshita Dori, destinada apenas a pedestres e cercada por lojas. “Problemas eu tive lá dentro (do Parlamento), mas sem chegar ao nível que um parlamentar chegou agora, com linguajar que nunca vi em lugar nenhum do mundo”, disse.

Em meio à crise no PSL, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ainda que “o bem vencerá o mal”, em referência às trocas de lideranças ligadas ao governo e ao partido no Congresso ocorridas na semana passada. Ao chegar a Tóquio, o presidente indicou que o cenário político poderá mudar durante sua ausência de dez dias para um périplo pela Ásia e pelo Oriente Médio.

“A política, como dizia Ulysses Guimarães, é uma nuvem. A resposta é essa”, disse Bolsonaro, ao ser questionado se a crise no Brasil o fará mudar os planos em relação ao partido. A frase, no entanto, é originalmente atribuída ao político mineiro Magalhães Pinto (1909-1996), que dizia que “política é como nuvem: você olha, ela está de um jeito; olha de novo, ela já mudou”.

O presidente deixou para trás um partido dividido e dificuldades na articulação com o Congresso. Na semana passada, Bolsonaro teve frustrada a tentativa de substituir o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), por seu filho Eduardo Bolsonaro (SP). Já a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann, foi trocada pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). “As providências estão sendo tomadas com o passar o tempo. O bem vencerá o mal”, declarou, ao ser questionado se haverá outras mudanças em cargos de liderança.

O presidente está na capital japonesa para a cerimônia de coroação do imperador Naruhito. Depois, seguirá para China, Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita. Com foco econômico, esta será a viagem mais longa do seu mandato até aqui.

Durante a ausência do presidente, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, segue com a articulação política no Congresso para tentar finalizar a tramitação da reforma da Previdência. A proposta é considerada um dos principais ativos políticos para passar a mensagem de que o atual governo defende mudanças estruturantes e que o país passará nos próximos anos por uma retomada econômica sustentável. Como mostrou o Estado, o governo também estuda fazer mudanças na articulação pela terceira vez.

Com foco na Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, segue em Brasília nos próximos dias. Ele ainda não confirmou se conseguirá participar da etapa final da viagem, em Riad, na Arábia Saudita, onde ocorre o chamado “Davos do Deserto”, conferência internacional de investidores.

Entre os participantes do tour pela Ásia e Oriente Médio, estão os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura), Fernando Azevedo (Defesa), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Osmar Terra (Cidadania).

Presidente visita santuário xintoísta e rua turística

Na primeira atividade em solo japonês, o presidente visitou o Santuário Meiji, um templo xintoísta localizado no bairro Shibuya, em Tóquio. Acompanhado do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e de outros membros da comitiva presidencial e da Embaixada Brasileira, Bolsonaro participou de um ritual de purificação na entrada do local.

Após a visita ao santuário, o grupo caminhou em direção à Rua Takeshita, uma atração turística de Tóquio. No caminho, o presidente foi abordado e tirou fotos com pessoas nas ruas.

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