Bolsonaro critica decisão de Weber que liberou governador da CPI
“Eles querem investigar quem mandou o dinheiro, não quem, possivelmente, talvez tenha desviado”, disse o presidente a apoiadores
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou, nesta quinta-feira (10/6), o habeas corpus concedido pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). A decisão permitiu ao governador não comparecer para depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
“Vocês viram a decisão da ministra Rosa Weber sobre o governador do Amazonas? Ele, se não quiser, não precisa vir, não. Então, eles querem investigar quem mandou o dinheiro, não quem, possivelmente, talvez tenha desviado, tá? E pode comparecer e ficar quieto também”, disse Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), comunicou que vai recorrer da decisão. Wilson Lima seria o primeiro dos chefes do Executivo estadual a prestar depoimento à comissão.
Se aceitasse comparecer à CPI, o governador seria pressionado por investigações de desvio de recursos federais para o combate à Covid-19 no estado e cobrado pela crise de desabastecimento do oxigênio hospitalar em Manaus.
A ausência do governador do Amazonas não surpreendeu os membros do colegiado. Internamente, senadores tratavam como certa a concessão do habeas corpus. Ao abrir a sessão, no entanto, Omar Aziz afirmou que Wilson Lima perdeu “uma oportunidade única”.
Parlamentares ouvidos pelo Metrópoles apontam que a decisão não abre precedentes. No entanto, estudam mudar os requerimentos de convocação para convites. A medida permitiria que os convidados se recusassem a ir à CPI sem prejuízos legais.
Governadora do RN
O mandatário também fez menção à governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que é opositora do governo federal. Na quarta-feira (9/6), Fátima disse que posições apresentadas pelo presidente da República frente à pandemia são “fruto do desvio mental e de caráter”.
“O Tribunal de Contas do estado disse que ela pegou esse dinheiro da saúde e gastou R$ 900 milhões com folha de pagamento, é isso? Daí eu sou genocida”, disse Bolsonaro a seus simpatizantes nesta quinta.
Não é a primeira vez que o presidente acusa governadores de desviarem recursos federais destinados ao combate à pandemia.
A conversa do presidente com apoiadores foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.