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Bolsonaro critica ato em igreja contra morte de Moïse: “Marginais”

No sábado, grupo de manifestantes entrou em igreja de Curitiba para protestar pelo assassinato do congolês. Presidente não lamentou morte

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Bolsonaro fala na entrada do Palácio da Alvorada. Ele gestícula, usa terno e gravata e tem expressão séria - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro fala na entrada do Palácio da Alvorada. Ele gestícula, usa terno e gravata e tem expressão séria - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais nesta segunda-feira (7/2) para criticar um grupo de manifestantes que entrou em uma igreja em Curitiba, Paraná, para protestar pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe. O chefe do Executivo federal, no entanto, não comentou a morte do congolês.

“Acreditando que tomará o poder novamente, a esquerda volta a mostrar sua verdadeira face de ódio e desprezo às tradições do nosso povo”, escreveu o presidente em publicação nas redes.

“Se esses marginais não respeitam a casa de Deus, um local sagrado, e ofendem a fé de milhões de cristãos, a quem irão respeitar?”, indagou na sequência.

De acordo com Bolsonaro, os ministérios da Justiça e da Mulher, Família e Direitos Humanos foram acionados para acompanhar os casos, “de modo a garantir que os responsáveis pela invasão respondam por seus atos e que práticas como essa não ganhem proporções maiores”.

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Para escapar da violência e da fome no Congo, Moïse se mudou para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2011, quando ainda era criança. Três anos depois, a mãe também passou a viver na capital fluminense
Moïse trabalhava como garçom, servindo mesas na praia, e recebia por diárias, em quiosque próximo ao Posto 8 da praia da Barra, na zona oeste da capital
 Moïse Kabagambe foi morto a pauladas, no final de janeiro, no quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca
Imagens da câmera de segurança do estabelecimento mostram Moïse conversando com funcionários do quiosque. Em determinado momento, os ânimos se acirraram, e um dos homens pega um pedaço de madeira.  Moïse tenta se defender com uma cadeira
O homem que ameaçou Moïse deixou o local e, momentos depois, retornou com outras cinco pessoas, que amarraram os pés e as mãos do rapaz, e o espancaram até a morte
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O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi morto na segunda-feira (24/1), próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro

Reprodução
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Para escapar da violência e da fome no Congo, Moïse se mudou para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2011, quando ainda era criança. Três anos depois, a mãe também passou a viver na capital fluminense

Reprodução
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Moïse trabalhava como garçom, servindo mesas na praia, e recebia por diárias, em quiosque próximo ao Posto 8 da praia da Barra, na zona oeste da capital

Arquivo Pessoal
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Moïse Kabagambe foi morto a pauladas, no final de janeiro, no quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca

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Imagens da câmera de segurança do estabelecimento mostram Moïse conversando com funcionários do quiosque. Em determinado momento, os ânimos se acirraram, e um dos homens pega um pedaço de madeira. Moïse tenta se defender com uma cadeira

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O homem que ameaçou Moïse deixou o local e, momentos depois, retornou com outras cinco pessoas, que amarraram os pés e as mãos do rapaz, e o espancaram até a morte

Divulgação
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Segundo testemunhas, o jovem foi agredido por, pelo menos, 15 minutos. Pedaços de madeira e um taco de beisebol foram usados para desferir os golpes contra ele. Policiais encontraram o corpo de Moïse, amarrado e já sem vida, em uma escada

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Familiares do congolês só souberam da morte quase 12h depois do crime, na terça-feira (25/1). O jovem foi enterrado no Cemitério de Irajá, na zona norte da cidade

Reprodução/TV Globo
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Os familiares também atribuem o crime ao racismo e à xenofobia, que é o preconceito contra estrangeiros. Além disso, eles denunciaram que, quando foram retirar o corpo do jovem no Instituto Médico-Legal (IML), a vítima estaria sem os órgãos

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Perícia realizada pelo IML indicou que Moïse tinha várias "áreas hemorrágicas de contusão" e também vestígios de broncoaspiração de sangue. Testemunhas afirmaram que a vítima implorou para que não o matassem

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Até o momento, oito pessoas já foram ouvidas por agentes da Polícia Civil. Segundo a família, cinco investigados estavam envolvidos no assassinato de Moïse

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Na terça-feira (1º/2), um dos funcionários do quiosque se apresentou na delegacia e confessou ser um dos agressores. Segundo ele, os suspeitos tentaram evitar que o trabalhador agredisse um idoso, mas ninguém devia salário para a vítima

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Em nota ao Metrópoles, a Polícia Civil afirma que periciou o local e analisou imagens de câmeras de segurança. As diligências estão em andamento para identificar os autores

Reprodução

Caso Moïse: veja a cronologia do crime e o envolvimento dos suspeitos

Na postagem, o chefe do Executivo ainda citou um artigo do Código Penal, que estabelece como crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”. A pena para a infração é de um mês a um ano, ou multa.

Entenda

Um grupo de manifestantes entrou na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, localizada no Centro Histórica de Curitiba, durante a missa de sábado (5/2).

Nesta segunda, a Arquidiocese de Curutiba repudiou o episódio e disse que o grupo agiu com “agressividades e ofensas”.

O vereador Renato Freitas (PT) participou do ato. Segundo ele, a igreja foi escolhida pela relação histórica que tem com a população negra na cidade. O político disse que a missa não estava sendo celebrada no momento do ato.

“Entramos na Igreja como parte simbólica da manifestação, uma vez que foi construída em 1737, durante o regime de escravidão, por pessoas pretas e para pessoas pretas, a quem era negado o direito de entrar em outros lugares”, disse o vereador nas redes sociais, ressaltando que a igreja não foi invadida.

Segundo o padre Luiz Hass, de 74 anos, a missa estava sendo celebrada, mas precisou ser encerrada com a invasão. De acordo ele, o grupo ficou no local por cerca de 20 minutos.

“Uma situação insuportável, barulho muito grande, pedimos que abaixassem o som lá fora, saíssem da escadaria. Mas começaram a dizer que era igreja dos negros. Suspendi a missa, porque não tinha como, não era horário para fazer o protesto”, afirmou o padre.

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