Bolsonaro confirma importação da vacina de Oxford contra Covid-19 da Índia
Índia deve enviar primeiro lote de imunizantes nesta sexta. Contenção de vacinas no país tinha como objetivo priorizar a população indiana
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta quinta-feira (21/1) a importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford contra a Covid-19 ao Brasil. Mais cedo, o secretário de Relações Exteriores da Índia, Harsh Vardhan Shringla, informou à agência Reuters que a Índia exportaria o imunizante ao governo brasileiro.
Segundo o Ministério da Saúde, o voo que trará as 2 milhões de doses deve pousar em solo brasileiro no fim da tarde desta sexta-feira (22/1).
“A carga vinda da Índia será transportada em voo comercial da companhia Emirates ao aeroporto de Guarulhos e, após os trâmites alfandegários, seguirá em aeronave da Azul para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro”, anunciou o governo, em nota.
A vacina em questão, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, tem eficácia de 70%. No Brasil, será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas o governo ainda corre contra o tempo para conseguir a matéria-prima que garante a fabricação do imunizante no país (leia mais abaixo).
A exportação das vacinas indianas estava suspensa até que a Índia conseguisse iniciar a própria campanha de imunização. Contudo, outros países vizinhos já receberam remessas da vacina – como Nepal, Butão e Maldivas, que adquiriram 1 milhão, 150 mil e 100 mil doses, respectivamente.
O Brasil tem um acordo com o governo indiano para importar 2 milhões de doses. O voo inicial para buscar o imunizante estava previsto para ocorrer na semana passada, mas foi adiado e posteriormente cancelado. Na ocasião, a Índia afirmou que ainda era “muito cedo” para dar respostas sobre exportações das vacinas produzidas no país.
No início desta semana, durante uma coletiva à imprensa, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a culpar o fuso horário indiano pelo atraso nas negociações para importar os imunizantes.
Corrida para a compra de insumos
Na quarta (20/1), a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que o governo federal vem tratando com “seriedade” as questões referentes ao fornecimento de insumos farmacêuticos para a produção de vacinas contra a Covid-19.
Conhecido por IFA, sigla para “ingrediente farmacêutico ativo”, o produto nada mais é que a matéria-prima para a fabricação das vacinas. O insumo virá da China, mas ainda não há data para chegar ao Brasil.
O recebimento, previsto para janeiro, é necessário para que as vacinas Coronavac e de Oxford sejam produzidas no país, pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), respectivamente. Esses dois imunizantes são os únicos autorizados, até o momento, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no Brasil.
Após a divulgação do comunicado, a Embaixada da China no Brasil afirmou que se reuniu nesta quarta com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, “sobre a cooperação antiepidêmica e de vacinas entre os dois países”.
“A China continuará unida ao Brasil no combate à pandemia para superarem em conjunto os desafios colocados pela pandemia”, escreveu o perfil da embaixada, em rede social.
Na terça (19/1), a Fiocruz enviou um ofício ao Ministério Público Federal (MPF) comunicando que a entrega da vacina contra a Covid-19 da Universidade de Oxford desenvolvida com a AstraZeneca vai atrasar de fevereiro para março.
De acordo com a fundação, o atraso ocorre porque o Brasil não recebeu um dos insumos para a fabricação do imunizante. O composto que falta para o início da produção da vacina no Brasil é o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), de responsabilidade da AstraZeneca.
A expectativa, informou a fundação, é entregar 100 milhões de doses da vacina até julho e mais 110 milhões até o fim do ano.