Bolsonaro confirma fim de horário de verão já em 2019
Porta-voz confirmou que Ministério de Minas e Energia “subsidiou” decisão de Bolsonaro. Pesquisa interna indica que 53% eram a favor
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou, no fim da tarde desta sexta-feira (5/4), que vai acabar com o horário de verão no país. A ideia já havia sido apresentada pelo deputado federal João Campos (PRB-GO) e foi oficialmente acatada pelo Executivo federal.
O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, confirmou a jornalistas a decisão de Bolsonaro. Uma pesquisa interna do Ministério de Minas e Energia apontava que 53% dos entrevistados eram a favor do fim do horário diferenciado na maior parte do país.
Bolsonaro tomou a decisão com base na pesquisa e outras informações técnicas da pasta. Além da economia da medida, que tem caído nos últimos anos, também foram avaliados fatores como sobrecarga e picos de consumo.
Pouco depois do anúncio do porta-voz, o presidente da República comentou a decisão nas redes sociais:
Após estudos técnicos que apontam para a eliminação dos benefícios por conta de fatores como iluminação mais eficiente, evolução das posses, aumento do consumo de energia e mudança de hábitos da população, decidimos que não haverá Horário de Verão na temporada 2019/2020.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de abril de 2019
Economia menor
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a adoção do horário de verão representou uma economia de pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010 aos cofres públicos. De 2010 a 2014, o período diferenciado resultou em R$ 835 milhões a menos nas contas de luz aos consumidores. Uma economia que vem caindo.
“Nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o período de maior consumo diário para a tarde, quando o horário de verão não tem influência”, aponta o ministério, em nota. De acordo com o texto, com base nas mudanças de hábitos de consumo e da configuração sistêmica do setor elétrico brasileiro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) solicitou novos estudos sobre os impactos do horário diferenciado.
“Esses estudos indicaram que o horário de verão deixou de produzir os resultados para os quais essa política pública foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico”, completa o texto, informando que, frente a tudo isso, o ministério recomendou ao presidente Bolsonaro a extinção do horário de verão.
A queda na economia do período também era apontada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). De acordo com divulgação feita pelo órgão no ano passado, entre 2013 e 2016 o valor economizado no período de vigência caiu de R$ 405 milhões para R$ 147 milhões, uma redução de 63%.
Os dados corroboraram para a decisão do governo federal de preparar estudos sobre o impacto de o horário diferenciado durar menos, como determinou em 2018 o ex-presidente Michel Temer (MDB), ou ser extinto no país, conforme decidiu agora Jair Bolsonaro.
Em 2017, o então presidente da República estudava acabar com a adoção do horário, mas o plano acabou abandonado. Internautas chegaram a reclamar nas redes contra a proposta. Temer, então, apenas encurtou o período em 2018: antes, o horário de verão costumava começar em outubro; no ano passado, o início foi em novembro.