Bolsonaro compara imprensa a “partido político à esquerda do PT”
Após repercussão negativa de ataque à jornalista, presidente evitou dar entrevista na porta do Palácio da Alvorada, como faz normalmente
atualizado
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Após repercussão negativa de ataques à imprensa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitou dar entrevistas na manhã desta quarta-feira (19/02/2020), ao deixar o Palácio da Alvorada. O chefe do Executivo, no entanto, criticou a atuação de veículos de comunicação diante de admiradores que o aguardavam.
“Que imprensa nós temos no Brasil… Podia logo a imprensa ser um partido político, ia ficar à esquerda do PT [Partido dos Trabalhadores]”, disse o presidente. “Eu sonho com uma imprensa independente. Tem alguns veículos bons, para não generalizar”, completou.
As reclamações de Bolsonaro ocorrem após o ataque à jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, com insinuação sexual. A repórter é autora de reportagens que apontam o disparo em massa de mensagens de WhatsApp durante a campanha presidencial de 2018.
Nessa terça-feira (18/02/2020), Bolsonaro atacou a repórter. “No depoimento do Hans River no final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele. Ela queria um furo, ela queria dar um furo a qualquer preço contra mim”, disse Bolsonaro, aos risos, pouco antes do início da cerimônia de hasteamento da bandeira, no Palácio da Alvorada.