Bolsonaro começa atos do 7 de Setembro com hasteamento da bandeira
A solenidade, em comemoração ao 199º aniversário da Independência do Brasil, é a terceira de Bolsonaro na condição de presidente
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participa, nesta terça-feira (7/9), de solenidade de hasteamento da Bandeira Nacional, no Palácio da Alvorada, em comemoração ao 199º aniversário da Independência do Brasil.
A cerimônia teve início às 9h e conta com a presença de ministros, parlamentares e aliados ao governo. A solenidade contou com uma exposição de blindados das Forças Armadas. Estavam presentes cinco blindados, um helicóptero, um barco, além de viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dos Bombeiros e da Polícia Federal (PF).
O chefe do Executivo federal iniciou o desfile no Rolls-Royce. Ele estava sem máscara e rodeado de crianças. O ex-piloto de Fórmula 1 e tricampeão mundial Nelson Piquet dirigiu o veículo.
Após desfilar de carro, o mandatário desceu do carro e cumprimentou apoiadores que estavam presentes na cerimônia.
A exemplo do que ocorreu em 2020, os tradicionais desfiles realizados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foram cancelados em razão da pandemia de coronavírus.
Esta é a terceira solenidade de Bolsonaro, em comemoração ao 7 de Setembro, no exercício do mandato no Executivo nacional. No ano passado, ele usou o Rolls-Royce e fez um pequeno desfile dentro do carro, no Alvorada. Na ocasião, o presidente estava acompanhado de um grupo de crianças e não usava máscara de proteção.
Em 2019, primeira participação de Bolsonaro na solenidade como presidente, o titular do Palácio do Planalto também usou o Rolls-Royce e desceu do palanque de autoridades para acenar ao público presente na Esplanada.
“Ultimato”
A cerimônia deste ano ocorre em um momento de crise institucional entre os Poderes da República. Na semana passada, o mandatário do país afirmou que os atos desta terça servirão como um “ultimato” para “um ou dois” membros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de não ter citado nomes, o chefe do Executivo se referia aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Essas uma ou duas pessoas têm que entender o seu lugar. E o recado de vocês, povo brasileiro, na próxima terça-feira, será um ultimato para essas duas pessoas. Curvem-se à Constituição. Respeitem a nossa liberdade. Entendam que vocês dois [ministros] estão no caminho errado. Porque sempre dá tempo de se redimir”, disse Bolsonaro.
Bandeiras
Nas últimas semanas, o presidente convocou apoiadores para que passem um “recado” às instituições do país durante o feriado de Independência. O chefe do Executivo tem afirmado que os atos servirão para passar uma “imagem” do Brasil para o mundo.
Durante os atos, os manifestantes devem defender a implementação do voto impresso nas eleições de 2022. Em agosto, a Câmara dos Deputados rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso, por 218 votos contrários e 229 a favor. Para ser aprovada, a PEC precisava de, no mínimo, 308 votos favoráveis.
Mesmo após a derrota, o mandatário do país seguiu fazendo críticas ao presidente do TSE, acusando o ministro Barroso de articular contra a proposta no Congresso. Ele já afirmou que, caso o modelo não seja implementado, o pleito do próximo ano pode não acontecer.
Além disso, Bolsonaro tem criticado decisões do ministro Alexandre de Moraes sobre atos praticados pelo chefe do Executivo, por sua família e por aliados.
Recentemente, o mandatário da República foi incluído em dois inquéritos – ambos por decisão de Moraes. O primeiro apura se o presidente divulgou notícias falsas sobre o atual sistema eleitoral. Já o segundo investiga se Bolsonaro cometeu crime ao divulgar um inquérito o sigiloso da Polícia Federal sobre um ataque hacker ao sistema interno do TSE, em 2018.
Apesar disso, Bolsonaro disse, na última semana, que “ninguém precisa temer o 7 de Setembro”. Ele ressaltou que não está organizando as mobilizações e que vai participar apenas como convidado.
Além do hasteamento da bandeira, no Alvorada, Bolsonaro ainda discusa a apoiadores que estão reunidos em frente ao Congresso Nacional. À tarde, o presidente deve participar dos atos previstos para serem realizados na Avenida Paulista, em São Paulo.