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Bolsonaro cita Dilma e diz que não pode dar “canetada” para reduzir preços

Em transmissão ao vivo, presidente disse que se interferir nas políticas de preços “o caos se instala” no país

atualizado

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Bolsonaro live 30-9
1 de 1 Bolsonaro live 30-9 - Foto: Reprodução/YouTube

Em live nesta quinta-feira (30/9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que não pode baixar preços na “canetada”, sob a justificativa de que o caos se instalaria no país. Ele citou o exemplo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a quem acusou de reduzir “artificialmente”, em 20%, o valor das tarifas de energia elétrica no ano de 2012.

“A inflação estamos tendo no mundo todo e muito maior em alguns itens do que aqui no próprio Brasil”, iniciou Bolsonaro, citando a inflação sobre o gás em países europeus.

“Não posso fazer milagre. Alguns querem que eu interfira, na canetada, [para] manter o preço lá embaixo. Se eu fizer isso, o caos se instala. A Dilma fez isso em 2012 no tocante à energia elétrica, baixou aí uns 20% e, logicamente, teve reflexo direto nas empresas que faziam a distribuição, teve que fazer um reajuste logo, poucos meses depois. E nesse acordo com as distribuidoras foi feito um planejamento para recuperar aquela perda proporcionada pelos -20%, em 2012, e essa conta está prevista para ser paga até 2023”, afirmou ele.

A população tem sido impactada pela inflação e pelo preço dos combustíveis. A inflação do país fechou o mês de agosto, mais uma vez, acima das expectativas do mercado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,87%, o maior percentual registrado para o período desde 2000. Em julho, o indicador havia sido de 0,96%. Em 12 meses, a alta acumulada já é de 9,68%.

O presidente admitiu que os preços estão elevados no Brasil, mas alegou que não há desabastecimento no país. Ele citou o Reino Unido e voltou a dizer que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu um acordo “emergencial” para diminuir a escassez de um produto alimentício não especificado.

O pedido foi desmentido pelo gabinete do premiê logo após a declaração de Bolsonaro. Os dois se reuniram em uma agenda bilateral às margens da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na semana passada.

“A situação está complicada para muita gente no Brasil? Está. Temos as consequências da pandemia, do fique em casa, a economia a gente vê depois. O Brasil é um país que tem muita coisa cara? Tem. Mas não está faltando coisa, como está faltando no Reino Unido”, disse Bolsonaro na live desta quinta.

A transmissão ocorre na semana em que o governo celebra mil dias. Para comemorar a data, o mandatário está visitando vários estados do país com o objetivo de inaugurar obras públicas.

Nesta quinta, Bolsonaro esteve em Belo Horizonte (MG) para a cerimônia de sanção do projeto que viabiliza a privatização do Metrô de Belo Horizonte.

Tour dos mil dias

A iniciativa ocorre com o intuito de emplacar uma agenda positiva no momento que a reprovação do governo está alta. Os eventos fazem parte da semana de comemoração pelos mil dias de mandato, concluídos no domingo (26/9).

Com o slogan “Mil dias de um governo sério, honesto e trabalhador”, a ideia do Palácio do Planalto é propagandear obras entregues na atual gestão e visitar regiões estratégicas para o presidente.

No primeiro dia de viagens, na terça-feira (28/9), Bolsonaro visitou Teixeira de Freitas, na Bahia, e Teotônio Vilela, em Alagoas. Tradicional reduto eleitoral do PT, o presidente busca reverter sua baixa popularidade no Nordeste, já com vistas à reeleição em 2022. Na quarta-feira (29/9), o chefe do Executivo foi a Boa Vista (RR), onde anunciou a retomada das obras do “linhão” de Tucuruí.

Na sexta-feira (1º/10), o mandatário do país participa de cerimônia no Palácio do Planalto para balanço de entregas do governo ao Distrito Federal. Licenciada do cargo de deputada federal do DF, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, será a responsável pela apresentação do balanço.

Bolsonaro conclui o roteiro de viagens em Maringá, no Paraná, onde participa da ampliação da área operacional do aeroporto da região. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), acompanha a agenda na região sulista.

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