Bolsonaro celebra 7 de Setembro e cumprimenta apoiadores sem máscara
O tradicional desfile alusivo ao aniversário da Independência da República, na Esplanada dos Ministérios, foi suspenso devido à pandemia
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou nesta segunda-feira (7/9) de solenidade para comemorar o 198º aniversário da Independência do Brasil.
A cerimônia alusiva à data ocorreu no Palácio da Alvorada e contou com a presença de chefes dos Poderes, além dos comandantes das Forças Armadas (Aeronáutica, Exército e Marinha) e ministros do governo.
Para 2020, os tradicionais desfiles realizados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foram cancelados em razão da pandemia.
Uma das primeiras a chegar à cerimônia foi a primeira-dama Michelle Bolsonaro. De máscara, ela cumprimentou apoiadores e ouviu gritos de “mita”, em alusão ao apelido do marido.
O presidente deu início à cerimônia às 10h com um desfile no Rolls-Royce presidencial. Bolsonaro estava acompanhado de um grupo de crianças e não usava máscara de proteção contra o coronavírus.
Após descer do carro, o chefe do Executivo cumprimentou apoiadores na parte externa do Alvorada. Em seguida, juntou-se às autoridades presentes do lado de fora do palácio para a execução dos Hinos Nacional e da Independência e o hasteamento da bandeira.
Estavam presentes os ministros de Bolsonaro e os presidentes da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não compareceu à cerimônia. Maia trava uma briga com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na condução das reformas propostas pelo governo.
A cerimônia teve fim com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Bolsonaro se aproximou dos apoiadores para cumprimentá-los antes de voltar ao Alvorada.
Veja imagens da cerimônia:
Esta é a segunda solenidade de Bolsonaro em comemoração ao 7 de Setembro na condição de presidente. No ano passado, o chefe do Executivo usou o Rolls-Royce presidencial e desceu do palanque de autoridades para acenar ao público presente da Esplanada.
Apesar da pandemia do coronavírus, apoiadores do presidente estiveram no Alvorada para acompanhar a cerimônia. A expectativa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência era de receber entre 500 e 800 pessoas. Não foram impostas medidas de distanciamento social e alguns simpatizantes não usaram máscara de proteção.
De acordo com o mais recente boletim das secretarias de Saúde do Brasil, o país acumula 126.650 óbitos e 4.137.521 casos em decorrência da doença.
Tradicionais desfiles cancelados
No início de agosto, o Ministério da Defesa determinou que as Forças Armadas fossem orientadas a não participar dos desfiles em comemoração ao aniversário da Independência da República devido à pandemia do coronavírus.
A decisão foi publicada em portaria no Diário Oficial da União (DOU) e diz que tradicionalmente as Forças Armadas participam das comemorações, que estimulam “a ampla manifestação dos valores cívicos em todo o território nacional, por meio de atividades culturais e solenidades específicas”.
“Todavia, como é de amplo conhecimento, o país, como considerável parte do mundo, enfrenta a pandemia de Covid-19, não sendo recomendável pelas autoridades sanitárias a promoção de eventos que possam gerar aglomerações de público, devido ao risco de contaminação”, informou o ministério.
Na publicação assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, é determinada a abstenção de militares em comemoração ao Dia da Independência.
“Determino aos Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira que orientem suas respectivas Forças para se absterem de participar de quaisquer eventos comemorativos alusivos ao supracitado evento, como desfiles, paradas, demonstrações ou outras que possam causar concentração de pessoas”, diz o texto escrito pelo ministro.
À época, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, comentou a decisão a favor do cancelamentos dos desfiles.
“Não é pelo desfile em si, mas é pela participação popular, gera aglomeração, está fora dos parâmetros da nossa linha de combate à pandemia”, explicou.