Bolsonaro: “Brasileiro mergulha no esgoto e não acontece nada”
“Acho até que muita gente já foi infectada no Brasil nas últimas semanas ou meses e ele já tem anticorpo”, completou o presidente
atualizado
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Em um momento de bom humor no final da tarde desta quinta-feira (26/03), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) brincou com a capacidade que o brasileiro tem, segundo ele, de resistir a doenças – como a Covid-19. Em entrevista a jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente disse: “O brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali, mergulha e não acontece nada”, disse o presidente.
“Eu acho até que muita gente já foi infectada no Brasil nas últimas semanas ou meses e ele já tem anticorpo e ajuda a não proliferar. Tô esperançoso com isso”, ressaltou.
Essa foi apenas uma das muitas declarações que Bolsonaro fez à imprensa. Alternando momentos de irritação com outros mais descontraídos, ele observou que a crise econômica que vem no rastro da pandemia de coronavírus é um problema pior do que a própria Covid-19.
O presidente está apostando tudo no discurso de que é necessário retomar a atividade econômica do Brasil para evitar o “desemprego em massa”.
Ele também disse que falou com empresários do setor de turismo e ouviu que as demissões são inevitáveis. “Um empresário que emprega 23 mil pessoas me disse que [na próxima] segunda-feira vai ter mais demissões. O que vem atrás disso? Vem a fome, vem o desespero. O cara está em casa, casado, dois, três, quatro filhos e não tem o que botar na mesa”, narrou o presidente.
Isolamento vertical
Para Bolsonaro, é preciso que apenas pessoas em grupos de risco, como os idosos, fiquem isoladas.
“O brasileiro tem que entender que quem vai salvar a vida dele é ele, pô! Não tem que ficar esperando vereador, deputado ou presidente da República cuidar da vida dele. Se ele não tem capacidade ou não tem amor pelo pai, pela mãe, pelo avô, pelo bisavô… paciência”, discursou o chefe do Executivo, que voltou a criticar governadores e prefeitos que têm decretado quarentenas e fechado o comércio.
“Eu erro e eu me desculpo e refaço. Acho que alguns governadores e prefeitos erraram na dose. O povo tem que trabalhar, o povo quer trabalhar. É uma conta que todo mundo vai pagar”, avaliou ele.