Bolsonaro: Brasil vai ajudar outros países com vacinação “brevemente”
Presidente deu declaração em cúpula virtual do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (8/7), mas não deu detalhes sobre ajuda citada
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “brevemente” o Brasil vai colaborar com outros países na vacinação contra a Covid-19. A declaração foi dada nesta quinta-feira (8/7), durante a 58ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados.
O chefe do Executivo federal disse que o país está na iminência de começar a produzir vacinas em território nacional, mas não deu mais detalhes sobre a possibilidade de ajuda internacional.
“Com toda certeza, o Brasil estará brevemente colaborando com os senhores no tocante à vacinação, porque já estamos na iminência de começar a produzir vacinas aqui. E nós só estaremos bem aqui no Brasil se todos os nossos irmãos estiverem bem aqui na nossa querida América do Sul”, disse ele na reunião, realizada por videoconferência.
Segundo o Consórcio de Veículos de Imprensa, o Brasil aplicou na quarta-feira (7/7) 3,3 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 em 24 horas, um recorde na campanha nacional de imunização contra a Covid-19.
Apesar dos números do dia, o Brasil ainda patina na vacinação. Até o momento, 80,8 milhões de pessoas receberam a primeira dose, o que corresponde a 38,19% da população. O número de pessoas que receberam a segunda dose ou dose única é de 28,7 milhões, que corresponde a 13,60% dos brasileiros.
Bolsonaro ainda afirmou aos demais líderes que a pandemia “está indo embora” e saudou o próprio governo por não ter adotado medidas de restrição de circulação, usadas para conter a disseminação do vírus.
“A pandemia, pelo que tudo indica, graças a Deus, está indo embora. A condução da mesma aqui em nossos país coube basicamente a governadores e prefeitos. O meu governo nada fechou no tocante ao comércio, até porque não tivemos até hoje a comprovação científica de lockdowns ou de toque de recolher. E eu sempre respeitei, acima de tudo, a liberdade do ser humano”, continuou.
O encontro virtual do Mercosul marcou a transferência da presidência pro tempore da Argentina para o Brasil, e foi presidido pelo mandatário argentino, Alberto Fernández, com quem Bolsonaro tem claras divergências. O cargo é exercido durante o período de seis meses, de forma alternada entre os quatro países do bloco.
Argentina
Após criticar a presidência exercida pela Argentina nos seis últimos meses, Bolsonaro direcionou afagos a Fernández, citando a disputa no futebol próximo sábado (10/7) pela Copa América como a única rivalidade entre os dois países.
“Dizer em especial ao presidente da Argentina que a única rivalidade entre nós vai acontecer agora no próximo sábado no Maracanã. Eu vou adiantar o placar: 5 a 0. Fora isso, prezado Fernández, o Brasil só irá bem, só estará bem se a nossa querida Argentina, nosso querido Uruguai, o nosso Paraguai do meu irmão paraquedista Marito, e demais países que nos circundam também estiverem bem.”
Bolsonaro voltou a defender o Mercosul “livre de amarras”: “E todos vocês, meus cumprimentos. Tenho certeza de que, com nosso entendimento, no final deste ano teremos o Mercosul livre de algumas amarras, mais ágil, mais próspero, e gerando, além de divisas para os nossos países, empregos tão importantes para todos nós.”
30 anos de Mercosul
O Mercosul completa 30 anos em 2021. A cúpula presencial alusiva à data foi cancelada em razão da pandemia de Covid-19. Em seu lugar, foi realizada uma reunião por videoconferência com os chefes de Estado. O bloco é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de Estados associados.
Desde que o Tratado de Assunção foi assinado, o volume do comércio entre os países quintuplicou. O Mercosul é um dos seis maiores blocos econômicos do mundo.
Com as divergências entre Jair Bolsonaro e o peronista de centro-esquerda Alberto Fernández, especialistas analisam que o bloco ficou paralisado, pois depende da vontade política de seus governos devido à falta de instituições. Os chefes de governo não se encontraram pessoalmente nenhuma vez em dois anos.