Bolsonaro bloqueou 176 perfis que falaram sobre ele, diz relatório
Dentre as contas bloqueadas pelo chefe do Executivo, constam 137 perfis de jornalistas, veículos, políticos e críticos, nas redes sociais
atualizado
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Um levantamento feito pela ONG Human Rights Watch e divulgado nesta quinta-feira (19/8) mostrou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) bloqueou 137 perfis de jornalistas, veículos, políticos e críticos, nas redes sociais. De acordo com a organização, a maioria dos perfis bloqueados pelo mandatário divulgou ou publicou algo relacionado ao presidente. No total, foram 176 contas bloqueadas.
Os bloqueios são feitos em redes que o presidente utiliza para fazer anúncios oficiais. O chefe do Executivo nacional alega que perfis de direita também sofrem restrições. Há 10 dias, o mandatário também informou que enviaria ao Congresso um projeto de lei “bastante curtinho” contra eventuais censuras promovidas pelas redes.
“[Se o projeto não for aprovado] Vai acontecer exatamente o que nós vimos nos Estados Unidos, onde quem apoiava o (ex-presidente americano Donald) Trump era censurado e quem não apoiava era exaltado. O mesmo acontece aqui no Brasil. Não temos alternativa a não ser nos socorrermos no Parlamento”, disse Bolsonaro, na ocasião.
Em entrevista ao Uol, a presidente da Human Rights Watch no Brasil, Maria Laura Canineu, argumentou que Bolsonaro tenta eliminar de suas contas as pessoas e instituições que dele discordam, para transformá-las em espaços onde apenas aplausos são permitidos.
“O presidente Bolsonaro afirma que a liberdade de expressão dele e de seus seguidores é cerceada quando as plataformas excluem desinformação prejudicial e contas falsas, mas ele mesmo não pensa duas vezes antes de violar o direito ao acesso à informação e a liberdade de expressão das pessoas que discordam dele”, completou Canineu.
A reação do chefe do Executivo se dá principalmente por investigações relacionadas à disseminação de fake news e, posteriormente, replicadas pelos canais de direita.