Bolsonaro avalia indicar “braço direito” de Ramagem para comando da PF
STF impediu nomeação do presidente, que ainda tenta reverter decisão do ministro Alexandre de Moraes
atualizado
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Enquanto tenta reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu que Alexandre Ramagem assumisse o comando da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avalia indicar o delegado Rolando Alexandre de Souza para chefiar a instituição. Atual secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Investigação (Abin), Rolando é próximo de Ramagem, diretor-geral do órgão, de quem é considerado “braço direito”.
A possível nomeação de Rolando é vista como uma alternativa do presidente para manter a influência de Ramagem, que é próximo à família Bolsonaro, na Polícia Federal. Segundo pessoas próximas ao presidente, o diretor-geral da Abin tem participado diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Luiz Mendonça.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, a nomeação de Rolando pode ser efetivada em poucos dias. Há uma preocupação com o avanço do inquérito das fake news, que poderia atingir seus filhos e até mesmo servidores que atuam no chamado “gabinete do ódio”. A investigação já identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais.
Há ainda outro inquérito aberto por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, para apurar “fatos em tese delituosos” envolvendo a organização de atos antidemocráticos, após Bolsonaro participar de protesto em Brasília convocado nas redes sociais com mensagens contra o STF e o Congresso.
Outra apreensão do presidente é a apuração sobre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que trata de um esquema de “rachadinha” em seu antigo gabinete, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Rolando estava na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas até setembro do ano passado, quando assumiu a secretaria de Planejamento e Gestão da Abin a convite de Ramagem. Antes de ser vetado no comando da PF, o chefe da agência de inteligência já montava sua equipe na cúpula da instituição e levaria Rolando com ele.
Por sua vez, Ramagem foi segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral e entrou para o rol de auxiliares de confiança do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A sua nomeação para a direção da Abin, em julho de 2019, é atribuída ao filho do presidente.