Bolsonaro atribui violência a jornalistas em ato a “possíveis infiltrados”
O presidente destacou, ainda, que não viu as agressões, mas, sim, “a alegria de um povo que, espontaneamente, defendia um Governo eleito”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para dizer, nesta segunda-feira (04/05), que não viu as agressões a jornalistas que cobriam manifestações antidemocráticas em seu apoio nesse domingo (03/05), em frente ao Palácio do Planalto. Segundo o presidente, porém, os ataques aos profissionais teriam sido cometidos por “possíveis infiltrados” no protesto que, segundo ele mesmo, tratava-se de um ato com a “alegria do povo”.
“A TV Globo no Fantástico de ontem se dedicou a ataques ao Presidente Jair Bolsonaro, pelo fato de um fotógrafo do Jornal O Estado de SP ter sido agredido por alguns possíveis infiltrados na pacífica manifestação. Também condenamos a violência. Contudo, não vi tal ato, pois estava nos limites do Palácio do Planalto e apenas assisti a alegria de um povo que, espontaneamente, defendia um Governo eleito, a democracia e a liberdade”, escreveu o presidente.
Bolsonaro ainda relativizou os ataques aos profissionais que trabalhavam na cobertura dos protestos dizendo que não viu por parte da imprensa a defesa de pessoas que querem furar o isolamento para sair às ruas – o que contrariaria as orientações e diretrizes da Organização Mundial da Saúde.
“Agora não vi, em dias anteriores a TV Globo sair em defesa de uma senhora e filha que foram colocadas a força dentro de um camburão por estarem nadando em Copacabana, outra ser algemada por estar numa praça em Araraquara/SP ou um trabalhador também ser algemado e conduzido brutalmente para uma DP no Piauí”, disse o presidente, criticando a edição do programa Fantástico, exibido pela Rede Globo.
“A maior violência que o povo sofre no Brasil é aquela contra seus direitos fundamentais, com o apoio ou a omissão da Rede Globo”, concluiu seu pensamento.
Chutes, socos e agressões verbais
As equipes de jornalistas foram agredidas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante manifestação pró-governo, realizada nesse domingo (03/05), em Brasília.
Os profissionais levaram socos, chutes e empurrões de participantes do ato, além de sofrerem abuso verbal. O fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de S. Paulo, fazia imagens do presidente em frente à rampa do Palácio do Planalto quando foi agredido. Ele usava uma escada para registrar o momento e foi empurrado e socado por algumas pessoas. Ao cair, foi chutado.
O também fotógrafo Orlando Brito, 70 anos, um dos mais premiados e respeitados fotojornalistas do país, foi ajudá-lo. Acabou atacado também.
Foram agredidos ainda, verbal e fisicamente, equipes da Folha de São Paulo e do Poder360.