Bolsonaro ataca Barroso, promove voto impresso, mas não prova fraude
Presidente havia anunciado que nesta quinta (29/7) mostraria que as eleições de 2014 foram roubadas, mas disse não ter como provar
atualizado
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Após gerar muita expectativa em torno da promessa de divulgação de provas de fraude eleitoral no Brasil em sua transmissão pela internet na noite desta quinta-feira (29/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou a live para fazer uma defesa enfática da adoção do voto impresso e apenas requentou denúncias já desmentidas que circulam pela internet.
O evento no Palácio da Alvorada foi aberto à cobertura de jornalistas credenciados pelo local e serviu também para o chefe do Executivo federal fazer fortes ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF e presidente do TSE.
“É lamentável o que está acontecendo”, disse Bolsonaro na live. “O presidente do TSE não quer eleição, quer impor um nome”, acusou.
Em outro momento, Bolsonaro não deixou dúvidas sobre que nome seria esse. “É justo quem tirou Lula da cadeia e o tornou elegível ser o mesmo que vai contar o voto numa sala secreta no TSE? Eu quero eleições no ano que vem, vamos disputar eleições no Brasil no ano que vem, mas eleições limpas”, pediu, acusando o TSE de fazer secretamente a apuração dos resultados das eleições. Representantes dos partidos, porém, são convidados a acompanhar a contagem dos votos, que é auditável.
“Sem voto impresso, movimentos não democráticos podem surgir no futuro”, discursou ainda o presidente Jair Bolsonaro. “Ganhe quem for, mas de forma democrática, com urnas confiáveis.”
Vídeos da web como provas
O presidente levou para a live um auxiliar, que se apresentou apenas como Eduardo, para mostrar o que seriam os indícios, mas apenas divulgou vídeos que já circulam pela web e por aplicativos de mensagens, com pessoas dizendo que apertaram 17 na urna e não viram a foto de seu candidato, denúncias que foram feitas em 2018 mas não foram provadas em nenhuma ocasião.
“Aos que me acusam de não apresentar provas, eu devolvo a acusação: apresente prova de que não é fraudável”, provocou o presidente, que defendeu seus indícios como “fortíssimos”, mas admitiu que eles ainda estão em apuração.