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Bolsonaro assume ter entregado “uma parte do poder” ao Centrão

Presidente comentou aliança com o grupo e disse ter colocado expoentes do Centrão em cargos de 2º escalão do governo federal

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Após encontro com prefeito, Bolsonaro fala com a imprensa no Palácio do Planalto. Na foto, ele sorri e aponta para si mesmo ao lado do ministro Ciro Nogueira - Metrópoles
1 de 1 Após encontro com prefeito, Bolsonaro fala com a imprensa no Palácio do Planalto. Na foto, ele sorri e aponta para si mesmo ao lado do ministro Ciro Nogueira - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), assumiu, nesta sexta-feira (14/10), ter entregado “uma parte do poder” ao  Centrão, bloco formado por partidos de centro e centro-direita. Segundo ele, indicados pelo bloco assumiram cargos de segundo escalão do governo federal.

Em participação ao vivo no podcast Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro foi questionado sobre a aproximação, ao longo de seu mandato, com o grupo que criticou duramente na campanha eleitoral de 2018.

“O Centrão veio para o nosso lado e você não tem notícia de eu ter entregue diretorias de estatais, bancos oficiais, ministério pra eles. Foi um comportamento um pouco pesado no começo. Uma parte do poder entreguei, não vou negar para vocês. O segundo escalão. Entregamos e botamos pessoas para vigiar”, afirmou.

Em seguida, ele citou a atuação da Controladoria-Geral da União (CGU), chefiada pelo ministro Wagner Rosário, que, segundo ele, fez o trabalho de compliance e um crivo em todos os contratos.

Bolsonaro disse ainda que o grupo hoje está mais alinhado a ele: “O tal do Centrão, uma forma pejorativa de se dirigir a muitos paridos, está muito mais com a minha cara do que o Centrão de antigamente. Isso que saiu das urnas”.

Ele ainda negou possibilidade de aliança com siglas de esquerda: “Você tem o Centrão, uns 300 e poucos deputados, e tem a esquerdalha (PT, PCdoB, PSol e Rede). Com esse pessoal dá para negociar? Não dá”. E completou: “Eu não posso governar sem o Congresso. Eu não posso governar por decreto”.

“Pega Centrão”

Durante a campanha eleitoral em 2018, em uma convenção do PSL que oficializou a candidatura de Bolsonaro à Presidência da República, o agora ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, cantou uma paródia do samba “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, do cantor Bezerra da Silva: “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, substituindo a palavra “ladrão”, da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário.

A paródia fazia referência à aliança de Geraldo Alckmin (PSDB) com partidos do Centrão. Recentemente, Heleno disse ter mudado de opinião sobre o grupo.

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