Bolsonaro associa alta de homicídios no Uruguai com uso da maconha
Fala ocorreu em participação do mandatário do país em sua tradicional live semanal, realizada nesta quinta-feira (21/7)
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) associou a alta das taxas de homicídio no Uruguai à legalização do uso de maconha no país vizinho. A fala ocorreu em participação do mandatário do país em sua tradicional live semanal, realizada nesta quinta-feira (21/7).
Durante a transmissão, Bolsonaro afirmou que a “liberação das drogas não leva a lugar nenhum”.
“Nós sabemos que esse pessoal da esquerda, quase todos são favoráveis à liberação das drogas. A liberação das drogas não leva a lugar nenhum, leva a mais violência, a outros males. As pessoas que dirigem, uma fuma maconha e a outra não fuma, a velocidade de reação a um estímulo é diferente de uma pessoa pra outra”, disse o presidente.
De acordo com relatório da Fundação Propostas (Fundapro), com bases em notícias divulgadas pela imprensa uruguaia, o país vizinho registrou 382 homicídios ao longo de todo ano passado, o que representa uma média de uma morte por dia, aproximadamente.
Os números divulgados pelo Partido Colorado, opositor ao atual governo presidencial local, indicam crescimento de 35% na taxa de homicídio ou 11,2 mortes por 100 mil habitantes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um índice de assassinatos superior a 10 por 100 mil habitantes é considerado violência epidêmica. No Brasil, por exemplo, conforme o Atlas da Violência, são 30,3 mortes do tipo a cada 100 mil habitantes.
Antes, o presidente havia comentando o crescimento na permissão para compra de armas de fogo. Levantamento aponta que o montante de permissões emitidas para aquisição dos armamentos saltou 1.451 % desde 2018, o equivalente a 15 vezes o número antes do governo de Bolsonaro.
“Esse aumento, diferente do que pregaram lá trás, tem levado à diminuição da violência no Brasil. Em 2016, por exemplo, morreram no Brasil, de forma violenta, a grande maioria por arma de fogo, morreram 61 mil pessoas. O ano passado passou para 41 mil pessoas. Ou seja, diminuíram 20 mil mortes. A arma de fogo inibe. A pessoa [criminosa] fica preocupada: será que aquela casa escondida lá eu vou chegar metendo o pé na porta? Será que eu vou roubar o celular e me dar bem?”, defendeu.