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Bolsonaro: às vezes, Mourão “atrapalha um pouco, mas tem que aturar”

Presidente e vice têm se afastado. Recentemente, Mourão disse que “sente falta” de se reunir com o chefe do Executivo federal

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1 de 1 bolsonaro e mourao - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (26/7) que, por vezes, o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), “atrapalha um pouco” o governo.

Em entrevista à Rádio Arapuan, da Paraíba, o chefe do Executivo federal afirmou, no entanto, que “vice é igual cunhado”: “Tem que aturar”.

“O Mourão faz o seu trabalho, tem uma independência muito grande. Por vezes aí atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado, né. Você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado. Você não pode mandar o cunhado embora. Então, estamos com Mourão, sem grandes problemas, mas o cargo dele é muito importante para agregar aí… Dele, não, o cargo de vice é muito importante para angariar simpatias quer seja para candidatura à Presidência, governador ou prefeito”, declarou Bolsonaro.

O presidente e o vice têm se afastado em dois anos e meio de governo. Recentemente, Mourão chegou a dizer que “sente falta” de se reunir com o mandatário do país. No início do mês, Bolsonaro disse que “vice bom é aquele que não aparece”.

O capitão reformado do Exército e o general têm tido algumas posições diferentes, o que, segundo interlocutores, não tem agradado ao chefe do Executivo federal.

Em outubro, por exemplo, após Bolsonaro dizer que o Brasil não compraria a vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac, Mourão foi na contramão.

“Lógico que vai” [comprar], respondeu o vice, afirmando que a polêmica sobre qual vacina adquirir se tratava apenas de uma “briga política” com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Em novembro, após o vazamento de um estudo do Conselho Nacional da Amazônia Legal, do qual Mourão é presidente, Bolsonaro ameaçou demitir quem apresentasse a ideia, “a não ser que essa pessoa seja indemissível”.

Em dezembro, o vice-presidente afirmou que vê influência de “intrigas palacianas” no relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Mourão, há assessores na Presidência que “distorcem os fatos”.

“Muitas vezes há incompreensão de parte dos assessores do próprio presidente. Que procuram distorcer fatos e levar uma outra realidade em relação às ações que eu tenho procurado realizar”, declarou o vice.

Também em dezembro, durante uma cerimônia no Planalto, o presidente Bolsonaro afirmou que não trata de alguns temas, como a vacina contra a Covid-19 e o leilão do 5G, sem antes o assunto passar pelos respectivos ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Comunicações, Fábio Faria.

Nos bastidores, a fala foi vista como uma clara “alfinetada”, já que a declaração de Bolsonaro ocorreu um dia depois de Mourão ter dito que os equipamentos da empresa chinesa Huawei estão em 40% das redes de 3G e 4G no país e que o eventual banimento da companhia no 5G – algo que o presidente não esconde defender – vai encarecer os serviços para os consumidores.

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