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Bolsonaro após crise no MEC: “Tentam nos igualar a quem nos antecedeu”

Ministro da Educação vem sofrendo pressões após a revelação de um gabinete paralelo com pastores que direcionavam envio de recursos da pasta

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Bolsonaro e Milton Ribeiro assinam novo reajuste para professores da educação básica 0
1 de 1 Bolsonaro e Milton Ribeiro assinam novo reajuste para professores da educação básica 0 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Desde que vieram à tona as acusações sobre o Ministério da Educação ter favorecido indicações de pastores em agendas e direcionamento de recursos (entenda mais abaixo), o presidente Jair Bolsonaro (PL) não se manifestou sobre as supostas irregularidades. Em cerimônias, o mandatário da República insiste em afirmar que sua gestão está “há três anos e três meses sem qualquer denúncia de corrupção”.

Nesta quarta-feira (23/3), ainda sem citar especificamente o Ministério da Educação, o presidente disse, durante agenda no Ceará, que tentam igualar o seu governo com as gestões que o antecederam.

“Uma satisfação, depois de três anos de mandato, a volta do patriotismo no coração do Brasil. Cada vez mais, as cores verde e amarelo são vistas pelos quatro cantos do nosso Brasil. Vamos deixando para trás aquela cor vermelha, a cor do comunismo, a cor do atraso e da corrupção”, afirmou Bolsonaro.

“E, quando se fala em corrupção, nós temos o que falar: três anos e três meses sem qualquer denúncia de corrupção em nossos ministérios. Tentam, a toda maneira, nos igualar com quem nos antecedeu. Mas não conseguirão, porque é um governo que, acima de tudo, tem profundo respeito pela sua população”, acrescentou.

Denúncias no MEC

Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo revelou um áudio em que Ribeiro diz ter atendido pedidos do presidente Jair Bolsonaro para favorecer pastores com verbas do MEC.

Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo já havia mostrado a existência de um “gabinete paralelo” de pastores. O suposto grupo exerceria controle sobre verbas e agenda do Ministério da Educação.

O “gabinete paralelo” do MEC era formado por pastores sem cargo no governo. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus; Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).

A atuação incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 quilo de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).

Na ocasião, Arilton teria mencionado deliberadamente a destinação de recursos, na presença de outros prefeitos. O pastor também teria repassado o número da conta bancária para que os líderes municipais efetuassem as transferências.

O que diz o ministro

Em nota divulgada na terça-feira (22/3), o ministro da Educação disse que a distribuição de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ele negou favorecimento da pasta a pastores.

O chefe da Educação federal alegou ainda que “o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”.

Milton Ribeiro ainda reafirmou compromisso com a laicidade do Estado. “Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa.”

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