Bolsonaro aparece em ato e avisa: “Não haverá interferência no governo”
Manifestantes pediam intervenção militar e carregavam faixas contra o STF e os presidentes da Câmara e do Senado
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acenou para pessoas que fazem manifestação a favor do governo, na manhã deste domingo (03/05). Ele chegou por volta das 12h ao Palácio do Planalto, acompanhado por escolta de segurança.
Sem máscara, Bolsonaro se aproximou da grade que o separa dos manifestantes e acenou para quem estava no local.
O chefe do Executivo avisou aos apoiadores que não haverá interferência no governo e afirmou que “a paciência acabou”.
Desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente, para a direção da Polícia Federal (PF),Bolsonaro tem se queixado de supostas interferências de outros Poderes no Executivo.
Nos discursos, Bolsonaro tem ressaltado que os Poderes devem ser independentes. A nomeação foi suspensa justamente porque o ex-ministro Sergio Moro pediu demissão ao alegar, também, uma tentativa de interferência na PF. Nesse caso, no entanto, o denunciado foi o próprio presidente.
“Tenho certeza de uma coisa: nós temos o povo ao nosso lado e temos as Forças Armadas ao lado do povo. O Brasil tem tudo para dar certo e o Brasil vai dar certo”, completou.
Ao subir a rampa do Planalto, ele voltou a criticar os governadores por causa das medidas de isolamento para combater o novo coronavírus.
“Preço [pelo isolamento] vai ser alto. Fome, desemprego, miséria”, lamentou Bolsonaro. “Muitos, infelizmente, serão infectados. O combate ao vírus não pode ser mais danoso do que o próprio vírus”, completou.
Neste domingo, apoiadores defenderam a administração de Bolsonaro em carreata na Praça dos Três Poderes. A Secretaria de Segurança Pública do DF não divulga mais estimativas de público nesse tipo de evento, mas centenas de carros ocuparam cinco pistas do Eixo Monumental, entre a Rodoviária e a Praça da Bandeira.
O grupo levou faixas de protesto contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o STF. Outros defenderam intervenção militar com Bolsonaro no governo.
Manifestantes também criticaram o ex-ministro Sergio Moro e o chamaram de “traidor”. Nesse sábado (02/05), o ex-juiz da Lava Jato prestou depoimento em inquérito que investiga uma possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.
Ao lado da filha caçula, Laura, o chefe do Executivo federal desceu para acenar de perto aos seguidores e permitiu que três deles saíssem do cerco para conversar pessoalmente com ele. Assim como fez quando foi para Cristalina (GO), nesse sábado, o presidente não usou máscara. Laura também estava sem o equipamento de proteção.