Bolsonaro anuncia reforma ministerial para a próxima semana
Alterações devem acontecer na próxima segunda-feira. Senador governista pode ir para a Casa Civil. Ministério do Trabalho seria recriado
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, na manhã desta quarta-feira (21/7), que está trabalhando por uma “pequena mudança ministerial” para os próximos dias. O mandatário do país não citou nomes, mas o Metrópoles apurou que são estudadas alterações na Casa Civil, chefiada por Luiz Eduardo Ramos, e na Secretaria-Geral da Presidência, comandada por Onyx Lorenzoni.
“Estamos trabalhando inclusive uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, para a gente continuar administrando o Brasil”, disse Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan Itapetininga.
“Temos uma enorme responsabilidade, sabia que o trabalho não ia ser fácil, mas realmente é muito difícil. Não recomendo essa cadeira para os meus amigos”, prosseguiu o mandatário do país.
A Casa Civil poderia ir para as mãos de um senador governista: o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI). O partido, ao qual Bolsonaro já foi filiado, é um dos principais do Centrão, grupo que dá sustentação ao governo no Congresso.
Considerada uma das pastas de maior prestígio dentro do governo, a Casa Civil presta assessoramento direto do chefe do Poder Executivo e é responsável pela coordenação com os demais ministérios. O gabinete do ministro fica no próprio Palácio do Planalto, no quarto andar.
Além de atender ao PP, a indicação de Ciro Nogueira também busca melhorar a relação com o Senado Federal, que ainda não possui nenhum representante na Esplanada dos Ministérios. As mudanças ocorrem no momento em que o governo se vê acuado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que tem apurado denúncias de irregularidades na negociação de vacinas contra a Covid-19.
Nesse rearranjo, Ramos passaria para a Secretaria-Geral, e Onyx Lorenzoni reassumiria seu mandato na Câmara dos Deputados ou assumiria uma pasta decorrente do desmembramento do Ministério da Economia. Uma das ideias cogitadas é a recriação do Ministério do Trabalho, que sairia da alçada de Paulo Guedes.
Apesar da existência dessa discussão, os aliados do presidente dificilmente acreditam que ele próprio toparia assumir as trocas.
Na entrevista desta manhã, Bolsonaro se queixou do que chamou de “muitos interesses” envolvidos na Presidência da República.
“É mais fácil chegar [à Presidência] do que ficar. Porque os interesses por essa cadeira são muitos. Costumo dizer aos meus amigos: não queiram essa cadeira, que isso aqui tem Kryptonita, broxa o super-homem, quem dirá eu”, afirmou.