Bolsonaro ameaça corte na verba da publicidade de órgãos públicos
Não é a primeira vez que o presidente eleito faz esse tipo de advertência. Nas eleições, disse que reduziria investimentos de jornais
atualizado
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), usou sua conta do Twitter nesta quinta-feira (13/12) para informar que irá “rever” contratos de publicidade e patrocínio firmados por órgãos públicos do Executivo nacional. O futuro chefe do Palácio do Planalto criticou os investimentos e usou como exemplo o contrato firmado com a Caixa Econômica Federal, segundo ele, em R$ 2,5 bilhões.
Bolsonaro considerou o valor “um absurdo” e anunciou revisão de todos os contratos, como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Banco do Brasil e da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, entre outros.
Tomamos conhecimento de que a Caixa gastou cerca de R$ 2,5 bilhões em publicidade e patrocínio neste último ano. Um absurdo! Assim como já estamos fazendo em diversos setores, iremos rever todos esses contratos, bem como os do BNDES, Banco do Brasil, Secom e outros.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 13 de dezembro de 2018
Não é a primeira vez que o presidente eleito “ameaça” a imprensa com corte de verbas. Nas eleições, ele ameaçou diminuir investimentos no jornal O Globo.
À época, Jair Bolsonaro disparou em vídeo publicado no Facebook: “Esse tipo de fazer jornalismo a gente não quer para o Brasil. Vocês aí têm uma audiência de 40%, do Globo, mas pegam 80% da propaganda oficial do governo, que em grande parte sustenta a mídia brasileira. Se eu chegar lá, vou fazer justiça: vão perder metade disso, vão ganhar só 40%. Então, façam matérias pesadas, sim, bastante contra mim. Se eu chegar, não vou perseguir vocês. Vou pagar o que vocês merecem, ok? Boa sorte todo mundo do jornal O Globo.”
Ainda durante a campanha, o futuro presidente da República também entrou em rota de colisão com a Folha de S.Paulo, que revelou o uso robôs para disparar mensagens pró-Bolsonaro e fake news via WhatsApp.